Em resposta a relatório da ONU, Turquia expulsa embaixador e suspende acordos militares com Israel
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- 02/09/2011
A Turquia expulsou o embaixador israelense em Ancara e suspendeu todos os acordos militares com Israel nesta sexta-feira (02/09), em resposta ao relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o ataque à Flotilha da Liberdade, em 2010. O documento, elaborado pelo ex-presidente colombiano Álvaro Uribe e pelo ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia Geoffrey Palmer, concluiu que a operação da marinha israelense - que resultou na morte de nove pessoas - foi excessiva, mas reconheceu a legalidade do bloqueio ao território palestino.
"Neste momento, as medidas que tomamos são: as relações entre a Turquia e Israel ficam reduzidas ao nível de segundo secretário. Todos os funcionários com grau superior a segundo secretário e, em primeiro lugar o embaixador, devem regressar a seu país no mais tardar na quarta-feira (07/09)", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu.
Ele comunicou que seu país "vai adotar as medidas necessárias para garantir a liberdade de navegação no Mediterrâneo Oriental", embora não tenha fornecido detalhes se envolverá o desdobramento da frota militar turca na região. Ancara sustenta que o ataque israelenses aconteceu em águas internacionais. "(o ataque) aconteceu em águas internacionais contra pessoas desarmadas. Disparar contra civis desarmados é um crime contra a humanidade", disse o chefe da diplomacia turca.
"Inclusive em época de guerra, os Estados devem respeitar normas e, segundo essas normas, matar civis é crime de guerra. Mas é que Israel nem sequer está oficialmente em estado de guerra", criticou. Davutoglu anunciou que a Turquia levará o caso do bloqueio a Gaza ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em protesto contra o relatório da ONU.
Ele também criticou o vazamento do relatório, que ainda não foi aprovado pelo secretário-geral da ONU, Ban ki-moon. "Trata-se da manipulação de informações. É algo que faz pensar", acrescentou. O chefe da diplomacia turca concluiu que a Turquia não pode manter relações com Israel, "que acredita estar acima do direito e dispara contra pessoas inocentes".
Fonte: Ópera Mundi.