Governo não cumpre a lei do piso e Ministério Público quer tornar greve ilegal
- Detalhes
- Andrea
- 10/09/2011
A greve dos trabalhadores da rede estadual de ensino de Minas Gerais entra no terceiro mês nesta quinta-feira (8). Os grevistas pedem a aplicação do piso salarial nacional do magistério, que é estipulado por lei em R$ 1.187. O governador Antonio Anastasia (PSDB) propôs, na última semana, piso de R$ 712 (proporcional para 24h semanais). Em assembleia que reuniu 9 mil trabalhadores no último dia 31, a categoria rejeitou a proposta.
A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, explica o posicionamento dos professores. “O que o governo de Minas nos apresentou não é a aplicação do piso. O governo coloca profissionais com ensino médio, licenciatura plena e pós-graduação recebendo o mesmo valor. Mas, o piso é para o nível médio e (progressivo) dentro da carreira. Da mesma forma, pela proposta do governo, o servidor que tem um ano de serviço ou que tem 30 anos, o vencimento básico dele é R$ 712”.
O Ministério Público Estadual declarou à imprensa que se os professores não retornarem ao trabalho rapidamente, o órgão irá entrar com uma ação civil pública pedindo a ilegalidade da greve. Beatriz afirma que o tempo excessivo da greve é de responsabilidade do governo estadual, que se recusa a aplicar a lei do piso.
“O que nós esperamos é que o Ministério Público tenha uma postura de cobrar e determinar que o governo do estado cumpra a lei 11.738 (Lei do Piso). Decretação de ilegalidade da greve não é o que põe fim ao movimento. Será uma forma arbitrária, desleal, que não respeito o movimento, caso haja essa decretação de ilegalidade da greve”.
A greve iniciou no dia 8 de junho e é a mais longa paralisação de professores da década em Minas Gerais.
Por Vivian Fernandes, da Radioagência NP.