Greves se expandem em Minas Gerais
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- 17/09/2011
Além dos professores estaduais de Minas Gerais, em greve há 101 dias, os trabalhadores dos Correios, operários do Mineirão e gráficos do jornal Estado de Minas também entram em greve. Enquanto isso, a presidenta Dilma Rousseff, acompanhada do governador Anastasia e pelo prefeito Márcio Lacerda, faz visita à capital mineira Belo Horizonte para inaugurar o “Relógio da Copa”.
Mais de cem dias de greve dos Professores
Uma situação de luta dos trabalhadores toma corpo em Minas Gerais. Os professores estaduais, em uma heroica greve que já passa de 101 dias, exigem o cumprimento da lei federal que estabelece o Piso Salarial Nacional, equivalente a R$ 1.187,97.
Reeditando o acorrentamento ocorrido na terça-feira, dia 13 de setembro, quando professores se acorrentaram na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, hoje também professores se acorrentaram no Palácio da Liberdade, em frente à Praça da Liberdade, onde ocorreu o evento nacional do Relógio da Copa com a presença do Governador Anastasia e da Presidenta Dilma.
O governo de Minas Gerais chegou a utilizar capangas com carros oficiais para espionar os sindicalistas do Sind-UTE (veja o vídeo) e se utiliza covardemente o aparato judicial do Ministério Público para tentar ilegalizar a greve. Os professores contam com apoio de personalidades como Fernando Morais, Luís Fernando Veríssimo e Leonardo Boff, dos estudantes, além de partidos e dos movimentos sociais como o MST e a Via Campesina.
Greve declarada ilegal pela Justiça mineira
Nesta sexta-feira o Ministério Público Estadual declarou ilegal a greve dos professores em um flagrante ataque aos direitos dos grevistas. A presidenta Dilma Rousseff recebeu da sindicalista Amanda Cerqueira um dossiê contando a situação da educação em Minas. Em meio aos documentos, um estudo dos auditores fiscais, feito em 2002, falando dos investimentos de Minas na educação, além de um contracheque de um professor ativo, com vencimento básico de R$ 369. A presidenta prometeu mediar a negociação entre os professores e o Estado de Minas Gerais.
Correios em greve
Já os trabalhadores dos Correios exigem aumento salarial real enquanto a Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios luta para que seja um dos eixos da greve o veto de Dilma à MP 532, aprovado pelo Congresso, que abre o capital da estatal e inicia, na prática, a privatização da empresa. A categoria deixou explicito que não aceitará a proposta rebaixada da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) de apenas R$ 800 de abono sem aumento real.
Nesta sexta-feira (16) cerca de 100 funcionários dos Correios estiveram há mais de duas horas reunidos na porta da prefeitura da capital para dar continuidade a greve. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sintect-MG), entre as reivindicações está um reajuste salarial de 74%. Segundo um dos membros da diretoria do Sindicato, Gilson Cunha, a expectativa é chamar a atenção da presidente para os protestos que estão sendo feitos há três dias.
Operários do Mineirão em greve
Osmir Venutto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belo Horizonte, diz que os operários buscam melhoria salarial e das condições de trabalho.
Em junho os operários fizeram uma greve que durou aproximadamente cinco dias, quando foi feito um acordo com o Consórcio Minas Arena para um aumento real de 4% e o pagamento da totalidade das horas extras, além da garantia de convênio médico e participação nos lucros em agosto, no valor de R$ 313.
Este movimento grevista coincide com a visita da presidenta Dilma Rousseff, que está em Belo Horizonte nesta sexta-feira (16) para inaugurar o relógio de contagem regressiva dos mil dias remanescentes para a Copa do Mundo no Brasil, às 20h, na Praça da Liberdade, onde os professores estão tentando furar o aparato repressivo para protestar.
As reivindicações não foram atendidas e por isso as obras serão paralisadas até que a empresa atenda as reivindicações dos operários.
Gráficos do jornal Estado de Minas em greve
Gráficos do jornal Estado de Minas decidiram entrar em greve nesta quinta-feira (15). A edição desta sexta-feira saiu com redução de páginas por causa da paralisação de uma hora realizada ontem.
Os trabalhadores que não aderiram à greve estão sendo obrigados a trabalhar em situação de risco, alguns a mais de 16 horas, que caracteriza cárcere privado. Exigem reposição das perdas salariais e vale-refeição.
A greve é por tempo indeterminado e a Superintendência Regional do Trabalho irá fiscalizar.
Fonte: Diário Liberdade.