Auditoria da Dívida denuncia falácia em diminuição de dívidas; até Brasil pode “resgatar” europeus
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- 27/10/2011
Os jornais divulgam as reuniões desta madrugada entre líderes da União Européia, banqueiros e o FMI, que decidiram por uma redução na dívida da Grécia. Após grandes manifestações populares em todas as partes do planeta contra o setor financeiro, nota-se um esforço dos governantes de dar a entender que o setor financeiro estaria finalmente pagando a conta da crise. Porém, não foi este o resultado das reuniões.
Após os bancos ganharem rios de dinheiro pegando empréstimos baratos junto ao Banco Central Europeu para ganhar juros altos emprestando à Grécia e outros países, agora os bancos aparentemente concordam com uma redução de 50% na dívida grega. Porém, ao mesmo tempo, os bancos serão “capitalizados” (ou seja, salvos) para fazer frente a estas perdas. As notícias não deixam claro quem irá bancar este salvamento, mas ao que tudo indica seriam os próprios governos, às custas de mais dívida pública.
Ao mesmo tempo, a Europa aumentará o “fundo de resgate”, ou seja, recursos para países endividados pagarem suas dívidas anteriores. Recursos estes, como sempre, condicionados à implementação de políticas nefastas, como reformas da previdência, demissões em massa, redução dos salários, dentre outras. Portanto, não se trata de alívio para o povo, mas para os banqueiros.
O jornal Estado de São Paulo mostra que o Brasil pode contribuir com este “fundo de resgate”, ou seja, o governo brasileiro pode destinar dólares das reservas internacionais – ou de outros instrumentos, como o Fundo Soberano – para emprestar aos países europeus, talvez por meio de aportes ao FMI.
Considerando que o governo brasileiro obtém estes dólares por meio de mais dívida interna, que paga os maiores juros do mundo, conclui-se que o povo brasileiro pagará caro para aprofundar as reformas neoliberais na Europa.
Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida.