Estudantes da USP fazem novo ato contra presença de PM no campus da universidade
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- 11/11/2011
Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) fizeram na tarde de hoje (10) um novo ato contra a presença da Polícia Militar (PM) no campus da instituição. Cerca de 500 alunos, segundo a polícia – e mais de mil, segundo os organizadores – saíram em passeata da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro antigo da cidade, e percorreram as ruas próximas. Após a caminhada, foi realizada uma assembleia geral.
Além da saída da PM do campus, eles acusam a corporação de ter cometido abusos na desocupação do prédio da reitoria, na última terça-feira (8), e também pedem a renúncia do reitor da universidade, João Grandino Rodas. Os alunos gritaram palavras de ordem em apoio à greve iniciada há dois dias.
“Estamos aqui contra a ação truculenta da polícia e para chamar a atenção da sociedade para a falta de diálogo que existe entre a direção da USP e a sua comunidade. Se a reitoria fosse realmente aberta, eles teriam resolvido no diálogo a questão da ocupação”, disse o aluno Augusto, que só quis se identificar pelo primeiro nome.
Do último dia 1º até o dia 8, um grupo de alunos ocupou o prédio da reitoria. A PM cumpriu a ordem judicial de reintegração de posse do prédio e prendeu 70 estudantes, dos quais 24 mulheres. Eles foram levados à 91ª Delegacia de Polícia e tiveram de pagar fiança pela libertação.
A rediscussão da presença da Polícia Militar no campus da USP e a reavaliação de processos abertos contra alunos e trabalhadores da universidade estão entre os principais pontos reivindicados pelos estudantes que ocuparam a reitoria.
Por Bruno Bocchini, Agência Brasil.
Edição: Aécio Amado.
Estudantes da USP entram em greve e recebem apoio de entidades
Após a ação da Tropa de Choque da Polícia Militar (PM) contra os estudantes que ocupavam a reitoria da Universidade de São Paulo (USP), na madrugada da última terça-feira (8), os universitários realizaram pela noite uma assembleia com cerca de 3 mil pessoas. Na ocasião, eles decidiram pela greve estudantil, para exigir a saída da PM do campus e pela construção democrática de outro projeto de segurança para a USP.
De acordo com o estudante de história e membro do Diretório Central dos Estudantes da USP, Vinícius Moraes da Cunha, a assembleia teve um importante papel de unificação do movimento estudantil.
“A PM no campus não traz segurança, pelo contrário, traz abusos de autoridade e outros tipos de problema. Além de reafirmar um desejo de que os estudantes que se mobilizaram para ocupar a reitoria não devem ser punidos. Afinal de contas, eles não são criminosos, muito pelo contrário, eles estavam tentando se fazer escutar em relação a uma decisão que deveria ser tomada com pelo menos uma parte expressiva da comunidade”.
A retirada dos processos e punições contra estudantes por motivos políticos é outra decisão da assembleia. Além dos 73 presos na ocupação, outros alunos e servidores estão sendo processados devido à atuação política.
Diversas entidades manifestaram repúdio à ação da PM contra os estudantes, como o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo, o DCE e o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp e a Associação dos Professores da PUC-SP.
A ocupação da reitoria teve início no dia 2 de novembro. Antes, os estudantes haviam ocupado o prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
Por Vivian Fernandes, da Radioagência NP.