Governo pretende privatizar Maracanã após a Copa
- Detalhes
- 17/11/2011
Quando o Brasil foi anunciado como país-sede da Copa de 2014, Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), disse à imprensa capitalista que esta seria a "Copa da iniciativa privada". O objetivo do cartola era negar que o Estado fosse financiar a reforma e a construção de novos estádios de futebol.
No entanto, quatro anos após o anúncio da FIFA favorável a candidatura brasileira é possível chegar à conclusão de que esta será, de fato, a Copa da iniciativa privada. Não porque os capitalistas irão financiar as obras. Mas porque apesar de não financiar, serão eles que irão lucrar e virar proprietários de diversas obras que estão sendo construídas, inclusive, os estádios de futebol.
Nos últimos dias foi oficializada a intenção do governo PMDB-PT de Sérgio Cabral em privatizar o principal estádio de futebol do Brasil, o lendário Maracanã. Para compreender a política do governo é preciso recordar alguns fatos envolvendo a preparação do Maracanã para a Copa de 2014.
Em primeiro lugar, foram adotadas uma série de medidas para encarecer ao máximo a reforma. Em janeiro de 2010, foi assinada a primeira matriz de responsabilidade que previa que o custo da reforma ficaria em R$ 600 milhões. Depois, o custo saltou para R$ 705 milhões e, finalmente, chegou ao valor atual que está quase em R$ 1 bilhão.
Em segundo lugar, Sérgio Cabral anunciou em maio deste ano que pretende privatizar o estádio através do sistema de concessão. A medida seria tomada mesmo com o Estado financiando completamente as obras, seja através do governo federal com o BNDES ou com verbas do governo do estado do Rio.
Agora, o governo Cabral está prestes a fechar um acordo com o empresário Eike Batista para entregar a ele o estádio após a conclusão da reforma. Ou seja, o homem considerado o empresário mais rico do Brasil ganharia o principal estádio do país do futebol sem gastar um único centavo.
A privatização do Maracanã faz parte de uma ofensiva geral da burguesia e que tem sido levada a diante pelo governo Dilma Rousseff, que está colocando em marcha o maior plano
de entrega do patrimônio público desde a era FHC.
Por isso, é preciso realizar uma ampla campanha denunciando a privatização do Maracanã e defender este que é um patrimônio histórico do futebol e do povo brasileiro.
Fonte: PCO.