Correio da Cidadania

No Egito, violência na praça Tahrir entra no quinto dia‎

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Ao menos 13 pessoas foram mortas desde sexta-feira. Vídeo de manifestante arrastada e atacada por policiais provoca reações internacionais

 

A repressão da polícia egípcia contra manifestantes na praça Tahrir, no centro do Cairo, chegou ao quinto dia consecutivo nesta quarta-feira (20). Os protestos cobram maior rapidez na abertura política e na transferência de poder da junta militar que comanda o país desde o início do ano para civis eleitos. As forças de segurança, porém, atacaram a multidão com cassetetes, gás lacrimogêneo e até munição letal, segundo depoimentos de ativistas.

 

A noite teve conflitos e ataques da polícia. Centenas de pessoas permaneceram na praça nesta quarta. Segundo o Ministério da Saúde egípcio, desde sexta-feira da semana passada (16) foram registradas 13 mortes na ação policial, e 815 pessoas ficaram feridas. Desde o fim de novembro, eleições parlamentares são promovidas no país do norte da África. O pleito é um processo com duração de um mês e meio. Há expectativa de que eleições presidenciais ocorram em junho de 2012. Inicialmente, o governo tentou desqualificar os protestos.

 

O caso de maior repercussão foi de uma jovem atacada por soldados. Além de ter sido agredida e arrastada, ela teve parte das roupas retirada à força no meio da praça. Vídeos da cena circulam por redes sociais. Representantes do governo atribuíram os excessos à justificativa de que a ativista seria "uma mulher de moral duvidosa", responsável por incitar os ativistas. Depois, o general Adel Emara, um dos integrantes da junta militar que governa o Egito, afirmou que o caso foi isolado e que está sob investigação.

 

O incidente provocou reações de líderes de outros países, como a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton. Ela qualificou de "chocantes" episódios como esse. "Essa degradação sistemática das mulheres egípcias desonra a revolução, desgraça o Estado e seu uniforme, e não é digna de um grande povo", disse Hillary em discurso na Universidade Georgetown, em Washington.

 

O governo dos Estados Unidos tinha em Hosni Mubarak, líder que comandou o regime autoritário do Egito por 42 anos até fevereiro de 2011, um importante aliado na região. A ajuda militar destinada ao governo do país é de US$ 1,3 bilhão por ano, valor que fica atrás apenas de Israel na região do Oriente Médio.

 

Fonte: Rede Brasil Atual. Com informações do OperaMundi e Reuters.

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