Correio da Cidadania

Organizações criticam fim de parceria para 1 milhão de cisternas no semiárido

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A decisão do governo federal de interromper o convênio que prevê a construção de 1 milhão de cisternas, foi criticada  por organizações que compõem a Articulação do Semi-Árido Brasileiro (ASA). Segundo a entidade, a medida pode gerar um retorno às “velhas práticas da indústria da seca, onde as famílias são colocadas novamente como reféns de políticos e empresas”.

 

Desde 2003, o programa já beneficiou diretamente mais de 2 milhões de pessoas, em 1.076 municípios. A partir de agora, as parcerias serão fechadas somente com os governos municipais e estaduais.

 

Para a coordenadora da ASA no estado do Ceará, Cristina Nascimento, a interrupção do convênio tem o objetivo de limitar a participação da sociedade civil.

 

“O que a gente tem visto é a preocupação em fortalecer o Pacto Federativo. Isso para gente não é ruim. O problema do semi-árido sempre foi a ausência do Estado. Mas isso não impede que o Estado esteja em comum diálogo com a sociedade. Nós também entendemos que há uma conjuntura de criminalização das organizações não governamentais e dos movimentos sociais.”

 

Cristina considera o fim da parceria uma contradição para um governo que tem como prioridade a erradicação da pobreza. “Como você corta de dentro do semi-árido uma dinâmica que tem valorizado, que tem dinamizado a economia, tem gerado capacitação técnica com processo formativo, tem gerado renda para as famílias e tem gerado qualidade de vida? É toda essa rede que está sendo quebrada.”

 

Até o momento, foram construídas 371 mil cisternas na região do semi-árido brasileiro. Os contratos que previam a realização das próximas ações envolviam R$ 120 milhões.

 

Por Jorge Américo, da Radioagência NP.

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