Correio da Cidadania

Canavieiros uruguaios ocupam propriedade e exigem terras aos pequenos agricultores

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Na sexta-feira passada, os “peludos” (trabalhadores da cana) do departamento (estado) de Artigas, norte do país e localizado a 600 quilômetros da capital Montevidéu, ocuparam uma fazenda de 400 hectares na região de Cainsa. São cerca de 80 famílias tomando conta do terreno.

 

“Já são sete anos de governo da Frente Ampla e pouquíssimos trabalhadores rurais conseguiram terras”, afirmou ao jornal El País Jorge Rodas, presidente da União dos Trabalhadores Açucareiros de Artigas (UTAA), o sindicato que o líder tupamaro Raul Sendic organizou na década de 60.

 

A idéia dos “peludos” não é ficar muito tempo no lugar, mas introduziram 80 famílias num acampamento que se assemelha às experiências do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil.

 

Rodas disse que a organização dos trabalhadores vem crescendo. “Isso é para dizer a eles que se temos força para ocupar uma propriedade privada, seguiremos crescendo e aumentará o número de pessoas se juntando a nós”, disse o líder.

 

A mensagem da UTAA é dirigida diretamente ao governo, segundo o sindicato. “Quando vamos a uma propriedade dessas é para dizer a eles (governo): solucionem esse problema dos trabalhadores do campo. Queremos que o Estado ou algum responsável dê uma solução ao assunto”, advertiu Rodas, que acrescentou que o sindicato tem 2 mil filiados.

 

Três dos dirigentes da UTAA foram convocados pelo juizado local para explicar a ocupação. Os ocupantes emitiram um comunicado no qual asseguram que a área pertence a um “agiota que ficou com a terra de pequenos agricultores”.

 

 

Por Ernesto Herrera, de Montevidéu, com agências.

Tradução: Gabriel Brito, Correio da Cidadania.

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