Correio da Cidadania

Coordenador da Flaskô é ameaçado de seqüestro

0
0
0
s2sdefault
 
No sábado, dia 27 de julho, o Coordenador do Conselho da Fábrica ocupada Flaskô - localizada em Sumaré (SP) - Pedro Santinho, recebeu duas ligações ameaçando sequestrar seu filho se não abandonasse a luta na fábrica. Diante disso, o trabalhador registrou Boletim de Ocorrência na polícia. E adotou medidas de segurança na fábrica.

No entanto, o que poderia parecer brincadeira, continuou. No mesmo dia à noite e no domingo pela manhã as ligações continuaram na própria Flaskô. As ligações eram de uma mulher que ameaçou dizendo que Pedro Santinho deve abandonar a Flaskô ou ''seu filho e parentes próximos podem sofrer muito''.

 

Interesses

 

Desde a invasão policial realizada na Cipla e Interfibra (empresas de SC) em 31 de maio, Pedro Santinho tem organizado o combate contra a intervenção nas fábricas ocupadas, e em particular junto a todos os membros do Conselho de Fábrica da Flaskô. A própria batalha que tem travado o Comitê contra a intervenção em Joinville conseguiu organizar a resistência na fábrica ocupada Flaskô. O que garantiu o funcionamento da mesma após a intervenção na Cipla e Interfibra durante 21 dias, quando os trabalhadores e centenas de apoiadores expulsaram o interventor de sua tentativa de invasão da Flaskô. Também organizou a resistência e a luta pela religação da energia realizada a mando do interventor para tentar acabar com a luta na Flaskô.

 

''O fechamento das fábricas ocupadas interessa a ABIPLAST (Associação Brasileira das Indústrias Plásticas), a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a todos aqueles incomodados com a luta de resistência do movimento das fábricas ocupadas no Brasil. Interessa diretamente ao interventor que invadiu a Cipla e a Interfibra a pedido do INSS'', segundo a carta dos trabalhadores da fábrica.

 

''Temos muito claro que o único objetivo com estas ameaças e outras intimidações que possam continuar contra o Coordenador do Conselho de Fábrica e os demais trabalhadores é tentar acabar com a luta das fábricas ocupadas, em particular com a luta na Flaskô, que resiste há 50 dias e é exemplo e ânimo a todos os trabalhadores das fábricas ocupadas'', agrega a carta.

 

Ampliar a luta

 

Há mais de 30 dias os trabalhadores da Flaskô se mantêm organizados e coesos em sua luta para recolocar a fábrica para trabalhar, religando a energia e retomando a produção sob o controle operário.

 

Assim que houve a tentantiva de intervenção na Flaskô e diante da resistência dos trabalhadores, o interventor Rainoldo Uessler ligou por duas vezes para Pedro Santinho afirmando que voltaria à fábrica, ''com a Polícia Federal, com o Exército, a Marinha ou qualquer um. Mas me espere que eu vou voltar'', teria dito.

 

Para os trabalhadores, ''não há duvida que estas ameaças têm como origem política mais uma tentativa fascista de intimidar o coordenador do Conselho e assim acabar com a luta na Flaskô, destruindo assim a resistência que se mantém''.

 

''Mas não aceitaremos nenhuma intimidação. Estamos organizados para nos defender. Vamos assionar imediatamente todos os órgãos da Justiça e mais do que isso exigir que o Presidente Lula, o Sr. Ministro Luis Marinho e o sr. Ministro da Justiça Tarso Genro se pronunciem e tomem medidas para acabar com tudo isso. E todos nós sabemos que a solução é a retirada imediata da intervenção federal nas fábricas ocupadas e a estatização das fábricas ocupadas sob o controle democrático dos próprios trabalhadores'', agrega Pedro.

 

A Flaskô está ocupada há 4 anos. Nos últimos 45 dias os trabalhadores resistem contra tentativas de invasão e intevernsão de empresãrios que cortaram a energia da fábrica.

 

''Vamos organizar a resistência, nossa auto-defesa. E, mais do que isso, vamos à ofensiva porque sabemos que a solução é podermos retornar a nossos postos de trabalho e os companheiros da Cipla e Interfibra para o controle das fábricas'', conclui Pedro Santinho.

 

 

Fonte: Vermelho

0
0
0
s2sdefault