Privatização do Maracanã gera embate entre organizações sociais e governo
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- 10/11/2012
O projeto estatal prevê a entrega da administração do estádio para a iniciativa privada por 35 anos. Prédios públicos no Rio de Janeiro seriam demolidos para a construção de shoppings e estacionamentos.
A audiência pública de concessão do estádio do Maracanã, que ocorreu na noite da última quinta-feira (08), tem sua validade questionada por organizações sociais, indígenas, atletas e estudantes. O projeto do governo do Rio de Janeiro prevê a entrega da administração do estádio para a iniciativa privada por 35 anos. Além de demolir prédios públicos do entorno para a construção de shoppings e estacionamentos.
Para Gustavo Mehl, do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro, o encontro foi um rito formal para cumprir uma exigência legal, já que o governo antes mesmo da audiência considerava o projeto concluído.
“Durante a semana, o secretário da Casa Civil, senhor Regis Fichtner, e o governador do estado foram à imprensa por diversas vezes para dizer que a privatização vai acontecer, sim, nos moldes que eles estão prevendo. Então, qual é a discussão, qual é o debate, qual é a participação popular, qual é a escuta que está sendo feita nesse momento de audiência? Não tem nenhuma”.
O projeto proposto pelo governo do Rio de Janeiro pretende demolir o Parque Aquático Júlio Delamare e o Estádio de Atletismo Célio de Barros. Também o prédio do antigo Museu do Índio, que ainda abriga alguns indígenas, e a Escola Municipal Arthur Friedenreich.
Gustavo ainda questiona a concessão do estádio para a iniciativa privada devido aos grandes recursos públicos já investidos nas reformas do estádio. “De 1999 até hoje, a gente tem cerca de, pelo menos, R$ 1,4 bilhão investidos no Complexo do Maracanã, que eles estão prevendo entregar à iniciativa privada em um contrato que não paga nem os juros dessa reconstrução”.
Daniele Silveira, da Radioagência NP.