Paralisação dos professores: melhores condições de trabalho ou greve!
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- 18/03/2013
Sexta-Feira (15) um sem número de professores se reuniram na Praça da Sé em São Paulo para uma assembleia deliberativa do Sindicato dos Professores, APEOESP.
Todo o corpo dos professores falava em uníssono quanto ao motivo da paralisação: cumprimento da "lei do piso" (lei federal de 2008 que estabelece a diminuição da jornada dos professores em sala de aula de 32 para 26 aulas semanais), fim da diferenciação de professores em categorias com diferentes condições de trabalho e remuneração (categoria "f" e "o"), concurso público classificatório para o preenchimento de todas as vagas em aberto (mais de 60 mil cargos), fim de uma política de remoção de professores das escolas de período integral sem o consentimento dos mesmos, através de critérios subjetivos e por um reajuste salarial que permita aos professores o trabalho exclusivo na rede estadual (os baixos salários fazem com que professores tenham que acumular cargos para não passar por dificuldades financeiras).
A mobilização
Como uma tentativa de desmobilizar o crescente movimento dos professores, a Secretaria da Educação realizou alterações no calendário do ano letivo. Após o estabelecimento da data da paralisação para o dia 15 de março por parte dos professores, a Secretaria alterou seu calendário, mudando a data do planejamento do ano letivo de 27 e 28 de fevereiro e 1 de março para 28 de fevereiro e 1 e 15 de março.
Esta alteração de calendário foi desleal. Os dias definidos para planejamento do ano letivo funcionam como convocação, ou seja, todos os professores da rede ficam convocados a comparecer e os ausentes recebem faltas injustificadas, essas faltas são extremamente prejudiciais à categoria, pois, podem resultar até mesmo em quebra de contrato.
Apesar da tentativa de desmobilização, muitos professores permaneceram firmes e apresentaram um espetáculo bonito de ser visto. Durante a manifestação na Praça da Sé, os mais de mil professores presentes ergueram os braços para confirmar sua determinação: as exigências da categoria atendidas ou greve.
A marcha
Terminadas as apresentações de propostas e votações sobre o calendário da greve, os professores estabeleceram o prazo limite para o estado se adequar às exigências. Se até dia 19 de abril a situação dos professores não mudar para melhor, a greve terá início. Iniciou-se então a marcha dos professores, com uma caminhada com destino à Praça da República, sede da Secretaria da Educação. Entoando gritos de guerra e erguendo cartazes, a enorme fila de professores tomou as ruas de São Paulo, pacificamente. Alguns cidadãos, trabalhadores dos comércios por onde a caminhada passou, informaram-se sobre o evento, aplaudiram e deram palavras de apoio.
A caminhada terminou na Praça da República, no entanto, a marcha da greve continua, sendo o papel de todo o cidadão preocupado com as condições precárias da educação no governo do estado de São Paulo apoiar os professores e fazer a divulgação das justificativas que levaram à greve. A marcha continua, cabendo aos professores ainda temerosos, assustados pelas ameaças de diretores, com medo de perderem os cargos, temendo represálias do governo, perceberem que se abstendo de participar das manifestações favorecem a precariedade da própria categoria, ou seja, aceitam ser humilhados dia a dia, pior que isso, abandonam os irmãos e colegas que optaram por lutar por melhores condições.
Por Evandro Saracino.
Fonte: Diário Liberdade.