Correio da Cidadania

Comissão da Verdade precisa avançar no debate com a sociedade, defende juventude

0
0
0
s2sdefault

 

Para marcar um ano das atividades da Comissão Nacional da Verdade, o grupo realizou um balanço de seus trabalhos. Neste primeiro ano, foram coletados dados, documentos históricos e 268 depoimentos de vítimas, testemunhas e agentes repressores da ditadura civil-militar de 1964 a 1985.

 

Para Carla Bueno, integrante do Levante Popular da Juventude – movimento que participa de comitês de Memória, Verdade e Justiça –, ainda falta um envolvimento maior da sociedade.

 

“Foi um pouco tímido o trabalho da Comissão Nacional da Verdade, porque não houve muita interação com a sociedade, no sentido de trazer as informações que estavam sendo coletadas e investigadas para o povo”.

 

Na avaliação do Levante, a tendência do próximo ano é de avanços. Se depender da nova coordenadora da Comissão da Verdade, a advogada Rosa Cardoso, a expectativa dos jovens será cumprida.

 

Na terça-feira (21), durante o balanço do grupo, ela defendeu que os crimes de lesa-humanidade na ditadura são imprescritíveis e a Lei de Anistia não valeria nestes casos. Rosa anunciou que a Comissão vai recomendar a judicialização desses crimes e que os repressores sejam julgados.

 

Para isso, é preciso revisar a Lei de Anistia, que não permite a punição de torturadores. Para Carla, do Levante da Juventude, o desafio da Comissão é promover o acesso da população ao que de fato ocorreu durante a ditadura e um entendimento de que a justiça é necessária.

 

“É importante a gente acumular forças para trabalhar essa revisão da Lei de Anistia, porque o que existe hoje é um grande conservadorismo dentro do Poder Judiciário. Nesse sentido, não adianta propor uma revisão da Lei de Anistia em um momento em que a sociedade não está preparada para enfrentar o tema”.

 

Por Vivian Fernandes, da Radioagência NP.

0
0
0
s2sdefault