Correio da Cidadania

Crescem as manifestações contra o aumento no preço das passagens em todo o país

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De um lado, a população de Goiânia comemora a liminar deferida pela 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia na tarde desta segunda-feira (10), que determina a suspensão imediata da cobrança de R$ 3 da tarifa do transporte coletivo. Do outro, manifestantes do Rio de Janeiro sofrem com a violência e repressão policial, que age de forma truculenta para coibir os protestos.

 

O aumento das tarifas, anunciados em maio, resultou em manifestações da população e greve de motoristas e cobradores em várias cidades brasileiras. Na noite desta segunda (10), 31 jovens – entre eles nove menores – foram levados para a delegacia durante manifestação realizada no centro do Rio de Janeiro. Uma das avenidas foi fechada pelos manifestantes por uma hora, que realizavam uma passeada pacífica até a chegada de policiais do Batalhão de Choque.

 

De acordo com matéria publicada no site G1, um advogado afirmou ser confundido com um manifestante, e denunciou a violência sofrida durante a ação policial. "Eu estava passando junto com um cliente e começou o tumulto. De repente veio um policial truculento e me deu uma cacetada por trás e abriu minha cabeça", contou Ralph Lichotti ao G1. Durante a ação, os policiais usaram cassetetes, sprays e bombas de efeito moral.

 

Violência

 

A forma violenta utilizada pela polícia para reprimir as manifestações, em uma clara demonstração da utilização indiscriminada da força armada pública contra a população que reivindica direitos e em defesa dos interesses das empresas prestadoras de serviço, é denunciada pelos estudantes e pela população que participa dos protestos em Goiânia (GO), Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), entre outras cidades. Os moradores de Porto Alegre (RS), Feira de Santana (BA) e Piracicaba (SP) também já realizaram manifestações contra o aumento abusivo das passagens do transporte público.

 

Na última quinta-feira (6), cerca de 4 mil pessoas participaram de um ato em São Paulo, que começou no Anhangabaú – centro de cidade, às 17h, e tomou as ruas e avenidas da cidade. O protesto contra o aumento abusivo no preço das passagens seguiu de forma pacífica, até ser reprimido pela Polícia Militar, ao chegar à Avenida Paulista, com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Quinze estudantes foram presos na confusão e dois continuam detidos.

 

Em nota, a CSP-Conlutas repudiou a atitude arbitrária da PM, que agiu de forma truculenta e criminosa contra os manifestantes que estavam protestando contra o aumento abusivo da passagem.

 

Para a Central, mais uma vez o Estado, que está a serviço da máfia das empresas de transporte público, cumpre seu papel nefasto ao atuar com truculência contra a população que luta legitimamente.

Goiânia

 

A ordem da Justiça, que determina a redução da tarifa de ônibus a partir desta terça-feira (11), ainda não foi cumprida pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que alega não ter recebido notificação para voltar a cobrar o valor de R$ 2,70, cobrado antes do reajuste de 11%. O juiz Fernando de Mello Xavier, da 1ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, considerou o aumento abusivo e afirma que cálculo deve ser refeito.

 

A ação civil pública foi proposta à Justiça pela Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon/Goiás). O aumento nas tarifas, anunciado no último dia 22, é bastante questionado pela população e pelo Ministério Público. Pelo descumprimento da decisão, a empresa pode pagar multa diária de R$ 100 mil. A CMTC ainda pode recorrer da decisão.

 

Florianópolis

 

Desde o dia 10 de junho, nenhum ônibus circula em Florianópolis devido à greve dos motoristas e cobradores, que reivindicam a redução da jornada de trabalho e ganho real de 5% no salário. A Justiça do Trabalho determinou que toda a frota circulasse em horários de pico e 50% no restante do dia, mas os trabalhadores decidiram manter a paralisação. A prefeitura afirma que não aceitará o aumento no preço das passagens.

Natal

 

Após vários protestos feitos pela população, a tarifa de ônibus foi reduzida de R$ 2,40 para R$ 2,30 em Natal, a partir do dia 4 de junho. O anúncio foi feito pelo prefeito Carlos Eduardo Alves, por meio de rede social, no dia 2. O preço da passagem havia sofrido aumento no dia 18 de maio. Apesar da redução da tarifa, que não voltou ao valor de R$ 2,20 cobrado antes do aumento, cerca de 400 manifestantes protestaram no último dia 6 e interditaram uma rodovia em Natal. Este foi o quarto protesto realizado na cidade, após o anúncio do aumento na tarifa, de R$ 2,20 para R$ 2,40.

 

Fonte: ANDES. Retirado de Diário Liberdade.

 

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