Correio da Cidadania

Metroviários de SP protestam contra “sufoco” e corrupção no metrô

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A criminalização das lutas também ganhou destaque durante a manifestação.

 

Na tarde de quinta-feira (13) o Sindicato dos Metroviários e outras diversas entidades realizaram manifestação contra o caos no metrô, a criminalização e a corrupção. O protesto, que reuniu cerca de 300 pessoas no centro de São Paulo, contou com representantes da CSP-Conlutas, Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Sintrajud, Sindsprev, Movimento Mulheres em Luta, Quilombo Raça e Classe, Movimento Passe Livre, Intersindical, Anel, PSTU, PSOL entre outros movimentos e entidades.

 

O ato que teve concentração no Vale do Anhangabaú seguiu pelas ruas do centro, com breve parada para abertura das intervenções. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino dos Prazeres, explicou que “o ato denuncia o descaso com o transporte público em São Paulo, e é também a resposta dos metroviários ao governador que creditou publicamente o ocorrido na terça-feira passada (4), com paralisação e tumulto na Sé, a um grupo de vândalos orquestrados”.

 

Além de afirmar que a pane aconteceu devido à reforma mal feita da frota K, Altino ressaltou que ainda pior é a falta de investimentos ao longo dos anos. “O metrô nunca acompanhou o crescimento da cidade, e essa situação pode causar novos problemas a qualquer momento. Precisamos de contratação imediata de mais funcionários. Vale lembrar que outra pauta da mobilização é a exigência pela devolução dos 800 milhões de reais gastos com a frota K e encaminhamentos a respeito das denúncias de corrupção e cartel, envolvendo governo e as empresas Alstom e Siemens”, disse.

 

Para o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, “este problema não é somente dos metroviários, mas de todas as outras categorias, de toda a população, de todos os trabalhadores. Diante de uma situação insustentável pela qual as pessoas passaram dentro dos metrôs, parados, sem ar-condicionado, o governador teve a ousadia de chamar o povo de vândalo, de sugerir que pequenos grupos organizados teriam insuflado o povo a se revelar, mas junho de 2013 nos mostrou que não podemos ficar calados e devemos sair às ruas contra um governo que só visa beneficiar o capital”.

 

O perigo da criminalização contra a população e, diante de outras situações, contra as mobilizações de partidos, sindicatos e movimentos sociais foi muito bem colocado por Valdir Martins, o Marrom, liderança do Movimento Urbano dos Sem-Teto do Pinheirinho (Must). “O que vimos no Rio de Janeiro já é uma tentativa de criminalizar as manifestações, só aqui neste protesto, que é pacífico, temos um policial para cada manifestante.”

 

Toninho Ferreira, advogado dos ex-moradores do Pinheirinho, reforçou a necessidade de confrontar as tentativas de criminalização das lutas, e informou sobre a 1ª audiência, depois de dois anos da invasão ao Pinheirinho, sobre o caso de David Furtado, ferido por bala durante ataque da guarda civil no dia da reintegração de posse do local. Além deste caso, Toninho relembrou o caso do manifestante Fabrício Chaves, gravemente ferido por três policiais durante manifestação em São Paulo realizada no dia de aniversário da cidade.

 

Chega de Sufoco

 

Muitos dos funcionários criticaram a falta de estrutura física, a escassa extensão da malha viária do sistema de metrô e o baixo quadro de funcionários. Segundo representantes do sindicato, na estação da Sé, uma das linhas mais movimentadas, somente 20 funcionários trabalham durante os horários de pico, lidando com vagões abarrotados, agitação de milhares de pessoas e tumulto generalizado em momentos de problemas técnicos nos trens.

 

A diretora do Sindicato dos Metroviários, Marisa dos Santos, membro do MML, frisou o fato de as mulheres serem as que mais sofrem no transporte público, tendo de suportar, além do serviço falho, o assédio sexual cotidiano.

 

A manifestação foi encerrada no Vale do Anhangabaú, e durante as intervenções finais funcionários do metrô receberam informações sobre nova pane, desta vez na linha lilás, que atende a população da região sul.

 

Segundo notificação do Metrô, a linha só será normalizada amanhã (15). Durante a manhã desta sexta-feira, sem previsão para solucionar os problemas da linha lilás, as estações notificavam operação Paese.

 

Fonte: Conlutas.

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