Nota oficial da comissão de representantes da ocupação da Telerj
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- 17/04/2014
No dia 31 de março, milhares de famílias ocuparam um complexo de prédios e terrenos na região do Engenho Novo, zona norte do Rio de janeiro. Após doze dias essas famílias foram brutalmente despejadas e jogadas à própria sorte pelo poder público sem qualquer alternativa.
As negociações só se iniciaram após as famílias desabrigadas acamparem na frente da prefeitura municipal. A proposta dos representantes da prefeitura era apenas cadastrar as famílias e nada mais. Uma parte das famílias iniciou o cadastramento enquanto a maioria não pôde realizá-lo porque a própria prefeitura interrompeu o processo. Não houve nenhum avanço e as famílias permaneceram acampadas no local, sendo coagidas e humilhadas pela polícia e guarda municipal.
Ontem, 15/4, uma nova reunião ocorreu. Apresentamos uma contraproposta que previa, além do cadastramento, uma solução emergencial para as famílias desabrigadas e um cronograma para acompanhamento da construção das moradias. Novamente a prefeitura se negou a nos ouvir, oferecendo apenas o término do cadastro das famílias que portassem uma “senha”. Esse fato confundiu, dividiu e revoltou o povo desabrigado, que tentou manter a mobilização mesmo com atitudes isoladas de algumas pessoas mais exaltadas. A resposta do poder público foi uma grande repressão. Algo inaceitável.
A culpa pela situação de caos gerada no dia de hoje não é da nossa comissão. Também não é do povo que está sendo constantemente mal tratado. Governos municipal e estadual devem uma resposta a essas famílias que não seja bomba ou cassetete. Devem nos receber para negociar algo de concreto e não apenas promessas vazias, das quais estamos cansadas.
Nossa luta não acabou e não será em vão! O povo unido, jamais será vencido!