MST e MTST ocupam a sede da Odebrecht por reforma agrária e urbana em SP
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- 12/05/2014
Mais de 1500 pessoas do MST junto ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam o prédio da empresa Odebrecht, na região do Butantã, zona oeste da cidade de São Paulo, na manhã desta quinta-feira.
A ação construída em conjunto entre os dois movimentos sociais visa denunciar a atuação da empresa que gera impactos à vida da população do campo e da cidade.
No campo brasileiro, por exemplo, a Odebrecht atua no ramo do agronegócio. Uma das áreas de investimento da empresa é o setor sucroalcooleiro, depois de ter comprado a Usina Alcídia, em Teodoro Sampaio, na região do Pontal do Paranapanema (SP).
Junto a isso, a ETH Bioenergia, empresa da Organização Odebrecht, tem participação acionária na japonesa Sojitz Corporation – trading multinacional que atua na comercialização de commodities, atuando de forma integrada na produção, logística e comercialização de açúcar, etanol e energia elétrica.
Nesse sentido, os Sem Terra denunciam que o modelo agrícola do agronegócio não representa os interesses do povo brasileiro, já que sua matriz produtiva se baseia em enormes quantidades de agrotóxicos, não respeita o meio ambiente e a biodiversidade, expulsa a população do campo para as grandes cidades, concentra grandes extensões de terras e produz em sua maioria commoditties para o mercado externo.
Ao mesmo tempo, a Odebrecht opera na mesma lógica no meio urbano, com seus grandes empreendimentos imobiliários e de infraestrutura que não correspondem às verdadeiras necessidades da classe trabalhadora.
Para Kelli Mafort, da coordenação nacional do MST, é preciso “acabar com o latifúndio no campo e na cidade, por isso temos que lutar por uma reforma agrária e urbana. Essa luta é um exemplo de que as transformações estruturais que tanto precisamos na nossa sociedade só vão acontecer com a aliança entre os trabalhadores do campo e da cidade”.
Já Guilherme Boulos, do MTST, diz que a construtora faz parte das que mais ganharam com as construções da Copa do Mundo, com condições trabalhistas precárias. “Denunciamos o capital imobiliário e sua consequência à classe trabalhadora. Essa aliança com os Sem Terra é decisiva para o enfrentamento dessas grandes corporações”.