Correio da Cidadania

Comitê Popular da Copa promove escracho na frente da casa de presidente da CBF

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Ação buscou expor, na figura de José Maria Marin, a FIFA, a CBF e as construtoras como responsáveis pela morte de dez operários nas obras dos estádios para Copa do Mundo.

 

Nesta sexta-feira (06), a seis dias do início dos jogos da Copa do Mundo da FIFA no Brasil, o Comitê Popular da Copa de SP realizou, em frente à casa de José Maria Marin, um esculacho popular, seguido de enterro simbólico dos dez trabalhadores que morreram na construção dos estádios para o mundial.

 

Atualmente, Marin é presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo (COL), entidade que representa a FIFA no Brasil. Segundo os movimentos sociais, coletivos e militantes presentes, o objetivo do esculacho popular foi expor, na figura de Marin, a FIFA, a CBF e as construtoras, como responsáveis pelas mortes dos operários devido às condições precárias de trabalho e segurança oferecidas a eles.

 

A região dos Jardins, onde fica a casa de Marin, amanheceu coberta por lambe-lambes denunciando "A Copa das Mortes". O material colado nos postes e lixeiras traz os nomes dos trabalhadores e a "exigência de pensão vitalícia para as famílias dos operários mortos e incapacitados em acidentes de trabalho". Os manifestantes caminharam até a casa do presidente da FIFA e do COL carregando uma coroa de flores, velas e cartazes com os rostos das vítimas.

 

Houve uma intervenção teatral nomeada "Inauguração da Copa das Mortes", em que foram encenadas mortes de operários na construção civil, legitimadas por figuras como o "Tio Sam", empresários da FIFA e da construtora Odebrecht. Os personagens cortaram uma fita inaugurando as mortes e as violações de direitos cometidas em nome dos megaeventos e sua lógica.

 

Em São Paulo, a empresa Odebrecht é responsável por três mortos no Itaquerão. Fábio Luiz Pereira e Ronaldo Oliveira dos Santos foram mortos em novembro de 2013, quando um guindaste caiu sobre parte do estádio. Em março deste ano, Fabio Hamilton da Cruz não resistiu aos ferimentos causados pela queda de um canteiro de obras nas arquibancadas provisórias.

 

*Nota: Em 2012, José Maria Marin foi escrachado por conta de seu apoio à ditadura militar no Brasil. Durante o regime militar, Marin foi deputado estadual pela ARENA e governador biônico de São Paulo. Ele é acusado de ter sido incentivador da perseguição ao jornalista Vladimir Herzog, morto sob tortura nas dependências do DOI-CODI.

 

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