30 anos do Hizbollah: o falso consenso em torno à sua origem na ‘radicalização’ (1)
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- Ramez Philippe Maalouf
- 29/05/2015
Em 16 de fevereiro de 2015, completam-se trinta anos da fundação oficial do movimento político-militar libanês Hizbollah (Hizb Allah, em árabe “Partido de Deus”), líder da resistência árabe no sul do Líbano, ainda ocupado militarmente, em um pequeno território (Fazendas de Sheba’a), por Israel. Aniversário que coincidiu com a retomada da ofensiva terrorista dos mercenários, sob a bandeira do wahhabismo (doutrina extremista herética do islã), do “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” (EIIL ou “Estado Islâmico do Iraque e da Síria” – EIIS; ou em inglês, ISIS – “Islamic State of Iraq and Siria”; ou em árabe, Daish – Dawlat al-Islamiyah fil-Iraq wash Sham), patrocinados pelos EUA, sobre a Síria e o Iraque, seguindo tácita e taticamente a geoestratégia ianque de fragmentação territorial do Oriente Médio.
Esta ofensiva terrorista representa um grave desafio para o “eixo da resistência”, constituído pelo Irã, Armênia, Síria, as resistências islâmicas palestina (Hamas) e libanesa (Hizbollah), além do movimento Houthi no Iêmen, à imposição da hegemonia imperial e liberal dos EUA sobre o Oriente Médio, como um passo importante para o controle da Ásia.
Ao contrário do que o “senso comum” afirma, alimentado pela desinformação constante da mídia ocidental, o surgimento do Hizbollah não foi resultado da “radicalização” dos “xiitas” libaneses, decorrente da Revolução Iraniana de 1979 (e graças a este “senso comum”, não raro disseminado entre e por “esquerdistas”, as comunidades xiitas, que são apenas muçulmanos que seguem a corrente teológica xiita, se tornaram sinônimos de “radicais”, “extremistas” e “fanáticos”, numa manifestação grotesca de preconceito e racismo).
As invasões
A formação do Hizbollah é decorrente, sobretudo, da Guerra Fria (1945-90) e das invasões israelenses do Líbano, de 1978 e de 1982. Vale lembrar que, quando o Líbano se tornou independente da França, em 1943, as elites libanesas estabeleceram um Pacto Nacional, ainda sob forte influência francesa, que estipulava a divisão de poder em bases confessionais, reconhecendo 18 comunidades religiosas, inclusive a judaica. Deste modo, a presidência da república e a chefia dos serviços secretos seriam reservados aos cristãos maronitas; a presidência do parlamento, a um muçulmano xiita; o primeiro-ministro, um sunita, e assim por diante. A divisão de poder favorecia mais os cristãos maronitas em detrimento dos muçulmanos em geral, sendo os xiitas uma comunidade religiosa quase invisível politicamente no Líbano.
A emergência política da comunidade xiita libanesa ocorreu muito antes de a revolução eclodir no Irã em 1979; tem como marco inicial a chegada ao Líbano, em 1960, do líder religioso iraniano-líbano-iraquiano Musa al-Sadr (podemos afirmar que o clã Sadr de origem libanesa, mas com ramificações no Irã e no Iraque, é um dos mais influentes entre as comunidades xiitas em todo o mundo. Este clã deu ao mundo um presidente iraniano pós-monarquia, o líder supremo dos aiatolás iraquianos nos anos 1970 e o chefe de uma das principais milícias sectárias iraquianas que promovera a limpeza étnica em Bagdá, na invasão de 2003).
A chegada de Musa al-Sadr ocorreu logo após a guerra civil libanesa de 1958, quando uma revolta “muçulmano-progressista” eclodira contra o governo do presidente cristão maronita Camile Chamoun, um extremista liberal, anticomunista, anglófilo. Muçulmanos, druzos e progressistas cristãos criticavam o governo pela corrupção e por marginalizar a população muçulmana, majoritariamente pobre (e os “xiitas” eram os mais pobres entre os pobres). A luta de classes se confundia com as lutas sectárias em decorrência da divisão sectária do poder, já mencionada antes.
A revolta, que era política, se tornou armada após a unificação da Síria com o Egito e a Revolução nacionalista e socialista do Iraque, em 1958. Para não ser deposto, Chamoun foi pressionado pelo presidente ianque Eisenhower a evocar a “Doutrina Eisenhower” (que defendia a “democracia” e “mundo livre” do “totalitarismo” comunista) e a solicitar ajuda dos EUA, que enviaram tropas para o Líbano, encerrando a guerra civil.
Alianças inusitadas
Temendo que a unificação do campo “muçulmano” e “progressista”, que era pan-arabista e pró-Síria, voltasse a colocar em xeque definitivamente o poder da direita liberal cristã maronita, os líderes desta comunidade estimularam a vinda do clérigo Musa al-Sadr, com o respaldo das conservadoras lideranças religiosas xiitas libanesas, para que criasse um movimento social dentro da comunidade xiita no sul do Líbano. Isso visava minar a forte atração exercida pelos movimentos políticos esquerdistas sobre esta comunidade em decorrência de ela ter uma expressiva base operária e de trabalhadores rurais, embora sua elite fosse composta por alguns dos maiores latifundiários libaneses da época.
Em 1969, Musa al-Sadr se tornaria o chefe do Conselho Supremo Islâmico (xiita), num desafio à autoridade do grande-mufti do Líbano (sunita) como o supremo líder de toda a comunidade muçulmana libanesa. Com os recursos financeiros oriundos da comunidade xiita libanesa emigrada para o noroeste africano, Musa al-Sadr criaria o “Movimento dos Despossuídos”, uma espécie de ONG xiita, mas que também contemplava outros pobres libaneses. Portanto, a chegada de al-Sadr atendia os objetivos políticos e religiosos, respectivamente, da direita liberal maronita e dos conservadores líderes religiosos xiitas, que confrontavam o pan-arabismo dos muçulmanos sunitas e dos cristãos ortodoxos.
Quando a guerra “civil” eclodiu no Líbano em abril de 1975, opondo a direita ultra-liberal cristã maronita ao campo “islamo-progressista” e à OLP (Organização para a Libertação da Palestina – a “Resistência”), al-Sadr fundou a milícia Amal (esperança em árabe, mas cujo nome era um acrônimo de “Afwaj Almoukawamma Alloubnannia”, “Destacamentos da Resistência Libanesa”).
Com atuação discreta na primeira e sangrenta fase da Guerra do Líbano (que se estenderia até 1990), não demorou muito para o Amal explicitar as contradições dentro da coalizão “islamo-progressista”. A presença armada da resistência palestina no sul do Líbano, desde 1968, como parte da Guerra de Atrito entre Egito e Israel (1967-70), tornara a região, predominantemente de população xiita, em alvo dos sangrentos ataques aéreos israelenses. Pouco a pouco, o ódio da população sul-libanesa se voltava não apenas contra Israel, mas também contra os palestinos. Portanto, quando a Síria intervém no Líbano, em maio de 1976, a pedido do presidente libanês Suleiman Frangieh, que estava desesperado diante da iminente vitória da coalizão “islamo-progressista” e da Resistência, o Amal se alia aos sírios.
O colaboracionismo com Israel
Não será difícil entender o apoio do Amal em favor dos sírios e não da esquerda libanesa. Os sírios intervieram no Líbano, em maio de 1976, com o objetivo de impedir que, diante da derrota iminente diante dos progressistas, os liberais maronitas se aliassem a Israel e provocassem uma invasão israelense no “país dos cedros”, criando mais uma frente de combate com os israelenses, uma vez que as Colinas de Golã continuavam ocupadas pelo Estado hebreu. A aliança tática e paradoxal entre direita liberal cristã maronita e a Síria contra os esquerdistas e nacionalistas árabes pró-palestinos destruiria lentamente os sentimentos pan-arabistas e pró-sírios dentro da comunidade muçulmana libanesa, especialmente a sunita, que era bastante laicizada e secularizada.
Em 1978, com os acordos de paz (sic) entre Egito e Israel firmados nos EUA, que provocariam o isolamento da Síria, a direita cristã liberal – liderada por Camile Chamoun e Pierre Gemayel, juntos aos seus respectivos filhos, Danny e Bachir – se sentiu menos inibida em se aproximar do Estado sionista, provocando uma sangrenta invasão israelense, tão temida pelos sírios, em março de 1978.
Desafiados pela nova aliança entre Síria e a OLP, os israelenses não sairiam do Líbano sem deixar o pequeno país árabe em chamas, após exterminar mais de 2 mil árabes (palestinos e libaneses) durante a ocupação, colocando uma milícia armada aliada no controle do sul do Líbano.
Em junho de 1978, os liberais maronitas pró-Israel (Chamoun, líder da milícia Tigres, e Gemayel, líder das Falanges) entrariam em confronto contra os liberais maronitas pró-Síria (Frangieh), promovendo o Massacre de Éden, no qual a família de Tony Frangieh foi exterminada pelos esquadrões da morte chefiados por Samir Geagea, sob ordens de Bachir Gemayel e de Israel. No sul do Líbano, o Amal apoiou a aliança entre Síria e OLP contra Israel, mas foi a população da região, predominantemente pobre e xiita, quem mais sofreu diretamente com os combates.
Além disto, o Amal se ressentiria com o repentino desaparecimento de seu histórico líder Musa al-Sadr numa viagem à Líbia. “Decapitada”, a milícia “xiita” entraria numa espiral de lutas internas pela sua liderança, ao mesmo tempo em que começou a combater abertamente a OLP, chefiada por Yasser Arafat, e as milícias esquerdistas que apoiavam os palestinos no sul do Líbano.
Início das rachaduras
Com a Revolução nacionalista e islâmica no Irã, no início de 1979, o Amal buscaria o apoio militar e financeiro entre os novos dirigentes iranianos, que eram religiosos xiitas. Porém, desde o início destes contatos entre os aiatolás iranianos, liderados pelo anticomunista Khomeini, e o Amal, as divergências se revelaram. Khomeini queria apoiar os palestinos contra Israel, enquanto a milícia xiita queria combater a OLP. O líder supremo da revolução iraniana defendia a doutrina da “supremacia do jurisconsulto” (“vilayet-et-faqih”), enquanto que o Amal defendia o Pacto confessional libanês, rejeitando a implantação de uma República Islâmica no Líbano, como desejavam os aiatolás iranianos.
Como resultado deste impasse, dissidências estimuladas pelo Irã foram surgindo dentro do Amal. Os dissidentes eram majoritariamente religiosos, enquanto os que permaneceram no grupo “xiita” eram originários da burguesia “xiita” formada na diáspora na África Ocidental e recém retornada para o Líbano. Desta forma, o Amal, cada vez mais “depurado” de seus militantes/milicianos religiosos, aprofundaria sua aliança estratégica com a Síria e tática com os cristãos maronitas (respeitando o Pacto Nacional de 1943 e combatendo os palestinos), pois, apesar de os sírios apoiarem o Irã na Guerra Irã-Iraque – a embaixada iraquiana foi implodida por um ataque no Líbano, em 1980 –, Damasco, sob o governo de Hafez al-Assad, desde 1970, e Teerã, sob a liderança de Khomeini, pouco ou nada tinham em comum nos assuntos libaneses.
A acomodação do grupo “xiita” (cada vez mais com um viés mais político que religioso) com os extremistas liberais maronitas das Falanges foi de tal ordem que, quando Israel promoveu sua grande invasão do Líbano, levando ao cerco da capital Beirute para expulsar e/ou destruir a OLP, em junho de 1982, calcinando mais de 25 mil árabes (palestinos, libaneses e sírios) com seus bombardeios de saturação ao longo de 70 dias, o Amal se sentiu muito confortável em participar da “Frente de Salvação Nacional” (FSN). Esta Frente mal disfarçava a condição de “comitê de boas-vindas” de facto aos invasores israelenses, conclamado pelo então presidente libanês Elias Sarkis.
O FSN era composto pelos que apoiavam tacitamente a invasão israelense: o PSP (Partido Socialista Progressista), que apesar do nome era uma milícia que se tornara druza sectária de facto, liderada por Walid Jumblat; o Partido Social-Democrata Libanês (PSDL), um partido que não passava de uma propriedade particular do então líder histórico da burguesia xiita libanesa, o latifundiário Kamal Assad (nenhum parentesco com o líder sírio), chefe do parlamento libanês; e as Falanges, cujo líder, o ultraliberal Bashir Gemayel, Israel queria fazer presidente do Líbano com sua invasão. A suprema ironia desta FSN era o fato de Israel ser “aliado” de dois inimigos mortais, o PSP e as Falanges (uma ironia que reproduzia em pequena escala o que os EUA fizeram na Guerra Irã-Iraque, entre 1980-88, ao “apoiar” ambos os países beligerantes para que se destruíssem mutuamente).
Os massacres de palestinos
Apesar das boas-vindas oferecidas pela população sul-libanesa aos invasores israelenses, cansada da presença armada palestina na região, os “xiitas” não tardariam a sofrer o peso da violência sem limites de Israel. A tentativa israelense de fazer Bachir Gemayel presidente do Líbano frustrara-se com a recusa do líder falangista em reconhecer oficialmente o “Estado judeu”, após ser eleito presidente, sendo este assassinado em circunstâncias misteriosas após um “encontro” com o presidente israelense Menachem Bagin e o chefe militar da invasão e ministro da defesa general Ariel Sharon, cuja reputação sanguinária remontava ao massacre de palestinos (sobretudo, mulheres, crianças e idosos) em Qibya, Cisjordânia, em 1955.
O general-ministro israelense usou o assassinato de Bachir Gemayel como pretexto para ocupar Beirute Ocidental e liberar as entradas dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila para os membros das Falanges, para supostamente vingarem o assassinato de seu líder. Após uma orgia de sangue que durou 72 horas, cerca de 3 mil árabes foram exterminados pelos falangistas no Massacre de Sabra e Chatila. Dois terços das vítimas fatais eram palestinas, outro terço era de libaneses xiitas. A matança ocorrera poucas semanas depois de a OLP ter se retirado de Beirute sob escoltas de tropas ianques e francesas.
Os motivos declarados da invasão cessaram de existir, entretanto, a invasão converter-se-ia, aos poucos, em ocupação militar. Tem-se, deste modo, o surgimento da resistência árabe em Beirute, formada por milicianos libaneses esquerdistas e nacionalistas, guerrilheiros palestinos remanescentes da expulsão e soldados sírios que não tiveram como retornar ao Vale do Beka’a, base das tropas sírias no Líbano, em decorrência do cerco israelense à capital libanesa.
A acomodação política do Amal com os perpetradores do Massacre e a aliança com a ocupação militar israelense só fizeram aumentar a saída de milicianos xiitas que buscavam, em nome do Islã, combater a quem estava impondo tanto sofrimento aos libaneses, especialmente, à comunidade xiita libanesa. Armados, doutrinados e financiados pelo Irã, que enviara a sua Guarda Revolucionária ao Vale do Beka’a, no Líbano, com o apoio do presidente iraquiano Saddam Hussein, num um raro momento de solidariedade muçulmana e árabe contra Israel.
As tropas iranianas atravessaram o território iraquiano, por ar e terra, durante uma trégua na guerra Irã-Iraque, em direção à Síria, de onde foram despachadas para o Beka’a, que se tornara o bastião da resistência árabe no Líbano após as tropas israelenses terem sido expulsas de lá pelos sírios. A Guarda Revolucionária iraniana (GRI) treinaria inúmeras milícias libanesas xiitas, descontentes com a política “moderada” e clientelista do Amal. Não se pode deixar de mencionar que, embora a OLP houvesse sido expulsa de Beirute pelos israelenses, suas milícias ainda permaneciam no restante do Líbano, a leste, no Beka’a, no norte e no sul do país.
Certamente, a OLP também teve um importante papel na formação das milícias de resistência xiitas por causa dos túneis que construíra ao longo de todo o sul do Líbano, especialmente, ao longo da fronteira líbano-israelense, como suporte logístico às ações militares da resistência. Além disto, a GRI não tinha experiência alguma em guerrilhas urbana e rural, jamais combatera o exército israelense e não conhecia a geografia da região, técnicas e conhecimentos que a OLP já havia desenvolvido há décadas.
A gênese do Hizbollah
Os palestinos conseguiram repelir um ataque israelense ao Líbano em 1981, convencendo Begin de que somente uma grande ofensiva militar poderia destruir a organização palestina. No final de 1982, as ações da resistência libanesa seriam deslocadas de Beirute para o sul do país, após a expulsão dos israelenses da capital, causando pesadas baixas nas tropas invasoras. Após o Massacre de Sabra e Chatila, a ONU enviou uma força multinacional de paz (FMNP), integrada por tropas dos EUA, França e Itália. Inicialmente bem-vindas, a FMNP, excetuando os italianos, passou a dar apoio militar ao presidente do Líbano Amin Gemayel, irmão de Bachir, desprezando, deliberadamente, o fato de o chefe de Estado libanês ser chefe de uma milícia ativa na guerra libanesa, Falanges, uma das autoras do Massacre.
Desta forma, todas as demais milícias libanesas passaram a ver as tropas ianques e francesas não mais como forças de paz, mas, sim, como milícias a serviço do líder falangista. Portanto, estas tropas também eram invasoras e inimigas. Esta “força de paz” logo mostraria serviço ao atacar as milícias tidas como inimigas do presidente libanês e ao pressionar Amin Gemayel a assinar o Acordo de Paz com Israel, o que foi feito em maio de 1983.
Como resposta à assinatura do Acordo, que sentenciava o completo isolamento da Síria no mundo árabe, a resistência libanesa, liderada por militantes do que seria o futuro Hizbollah, realizou, no dia 23 de outubro de 1983, uma das mais espetaculares ações armadas jamais vistas até então, um caminhão bomba lançado contra os quartéis-generais das tropas ianques e francesas, que matou mais de 240 soldados ianques e outros 75 paraquedistas franceses. Foi a maior perda de soldados ianques num único dia desde a Guerra do Vietnã. A humilhação foi tão grande que os militares ianques e francesas se retirariam do Líbano no início de 1984.
Em abril de 1984, em outra espetacular ação armada da resistência, a embaixada dos EUA foi implodida após ataque de um carro bomba que destruiu o anexo do prédio, dizimando todo o “staff” da CIA do Oriente Médio, que estava reunido em Beirute. Dezenas de espiões e assassinos a serviço dos EUA foram mortos. Sem as tropas ianques em território libanês e com os israelenses recuando para o sul, a Síria estava pronta para retomar sua influência sobre o Líbano, que estava seriamente abalada desde a ofensiva israelense de 1982. A única barreira ao seu projeto de hegemonia sobre o Líbano era a OLP, que desejava a paz com Israel, o que significaria a rendição da resistência palestina aos seus inimigos mortais e o isolamento total da Síria no enfrentamento com os israelenses.
Ramez Philippe Maalouf é mestre e doutorando em Geografia Humana pela USP.