Correio da Cidadania

Estados Unidos: a postulação para a Casa Branca em 2024

0
0
0
s2sdefault

Bandeira dos Estados Unidos: história, curiosidades - Brasil Escola

Na semana passada, o mundo assistiu a China definir sua maior autoridade governamental dos próximos anos: Xi Jinping, ao obter de modo consecutivo o terceiro mandato de meia década – Hu Jintao, antecessor, exerceu a presidência duas vezes.

Do outro lado do planeta, os Estados Unidos posicionam suas possíveis lideranças pelas agremiações principais, a democrata e a republicana, conquanto a eleição seja apenas no segundo semestre de 2024.

Em uma ponta, a candidatura aparenta ter sido definida: o mandatário corrente Joe Biden concorreria; na outra, movimentam-se de maneira frenética três aspirantes: Donald Trump, ele mesmo postulante por duas vezes à Casa Branca (2016 e 2020), Don DeSantis, governador da Flórida, e Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Sul.

Os meios de comunicação mais tradicionais identificam a rivalidade entre os dois partidos como disputa entre polos de ideários antagônicos, porém ambos representam, na prática, divergência interna da direita, uma vez que costuma haver em linhas gerais consenso na pauta econômica, diplomática e militar.

Desde a fase última da Guerra Fria, os republicanos marcham cada vez mais à direita; hoje, encontra-se o segmento predominante na parte ultra da ideologia, de sorte que se identificam seus adversários em função da conjuntura mais à ‘esquerda’ – na realidade, menos à direita. De forma análoga, reproduz-se a divisão equivocada também na América do Sul, como Argentina, por exemplo.

Na ‘seção’ democrata, o processo de escolha, caso Biden confirme o desejo de pleitear, seria mais simples, porque a possibilidade de ratificar a mesma chapa seria elevada como ocorreu com o atual governante quando adjunto de Barack Obama em 2008 e 2012.

Na republicana, apresentar-se-ia situação incomum, se Trump batalhasse o posto: no século vinte, Ted Roosevelt, ocupante da Casa Branca por duas oportunidades (1901 a 1909), competiria em 1912, porém por partido diverso, o Progressista, ao perder a indicação da própria agremiação, favorável naturalmente à reeleição do presidente William Taft.

A cisão singular contribuiria para a vitória de Woodrow Wilson, democrata, reiterado em 1920, e desgastaria a consociação republicana, ao ter Taft na terceira posição, com menos de um quarto dos votos da população. Todavia, ele seria indicado para a presidência do Superior Tribunal em 1921.

Nos anos sessenta, Richard Nixon, vice-presidente de Dwight Eisenhower, teria a mais renhida disputa da história eleitoral norte-americana: perderia entre os votantes por margem ínfima para John Kennedy.

Voltaria a concorrer com êxito em 1968 e em 1972; no entanto, o escândalo de Watergate seria fator determinante de pressão para a renúncia (inédita) em Washington em 1974, diante da expectativa da abertura de processo de destituição (impeachment) no plenário do Congresso – a Comissão de Justiça da Câmara dos Deputados havia aprovado a recomendação um mês antes.

A definição da candidatura presidencial de oposição costuma ser difícil e feita pé a pé, porque os pretendentes digladiam entre si de modo bastante acirrado. Os apoiadores entusiasmados nem sempre se comportam de forma cortês, ainda mais em território digital, com comportamento a oscilar entre militância e milícia.

*Gostou do texto? Sim? Então entre na nossa Rede de Apoio e ajude a manter o Correio da Cidadania. Ou faça um PIX em qualquer valor para a Sociedade para o Progresso da Comunicação Democrática; a chave é o CNPJ: 01435529000109. Sua contribuição é fundamental para a existência e independência do Correio.

*Siga o Correio nas redes sociais e inscreva-se nas newsletters dos aplicativos de mensagens: 
Facebook / Twitter / Youtube / Instagram / WhatsApp / Telegram

Virgílio Arraes

Doutor em História das Relações Internacionais pela Universidade de Brasília e professor colaborador do Instituto de Relações Internacionais da mesma instituição.

Virgílio Arraes
0
0
0
s2sdefault