Correio da Cidadania

Novas metas ambientais

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No curso da elaboração do seu 11º. Plano Qüinqüenal, que vai de 2006 a 2010, a China decidiu não só realizar um censo ambiental mais completo, mas também estabelecer novos critérios para definição das localidades "ecologicamente saudáveis".

 

O censo ambiental tem como foco principal os ramos industriais, agrícolas e de serviços mais poluidores, a exemplo da metalurgia, química, mineração, eletricidade, cimento, papel, suinocultura, pecuária bovina, hotelaria e restaurantes, pretendendo ter dados mais precisos sobre os pontos que devem ser atacados, de modo a preservar o meio ambiente e recuperar as áreas e setores degradados.

 

Paralelamente, o governo chinês determinou mudanças nas metas ambientais para todos os níveis político-administrativos, das províncias aos povoados e aldeias. A economia de energia e a redução da emissão de gases passaram a ser metas obrigatórias. As instalações obsoletas de geração elétrica, produção de aço, cimento, mineração (principalmente de carvão) e de papel e celulose continuarão sendo fechadas. Os novos projetos industriais devem ter como foco principal a conservação de energia e a emissão zero de gases poluentes. As 36 principais cidades do país devem ter uma taxa de 100% de tratamento de águas e esgotos até 2010.

 

Enquanto continua elevando a participação de usinas hidrelétricas, nucleares, eólicas e solares na matriz energética, a China também projeta substituir paulatinamente suas antigas usinas térmicas a carvão por novas usinas, cuja fonte seja o carvão líquido e gaseificado limpo e, em parte, por usinas movidas a gás metano. A busca de fontes alternativas e limpas de energia ocupa posição de destaque em suas pesquisas científicas e tecnológicas.

 

Além disso, o novo Ministério de Meio Ambiente, que substituiu a Administração Nacional de Proteção Ambiental, introduziu modificações nos critérios que permitiam às localidades serem consideradas "ecologicamente saudáveis". Manteve como indicadores a cobertura florestal, proteção de espécies, qualidade do ar, qualidade da água, emissão de poluentes, reabilitação de solos degradados, renda dos camponeses e desenvolvimento da agricultura e das zonas rurais, mas retirou o PIB per capita, procurando dar maior ênfase ao equilíbrio entre o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável.

 

É lógico que ainda é cedo para dizer se a China conseguirá compatibilizar seus limites ambientais com seu forte desenvolvimento econômico e social. Mas, como praticamente ninguém acreditava nos anos 80 que suas reformas a fizessem crescer como cresceu, o mais sensato será aguardar, antes de dizer que tais planos e orientações ambientais não passam de um sonho de verão.

 

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

 

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