Correio da Cidadania

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Todos os países que se industrializaram em épocas recentes, contando com fortes investimentos estrangeiros, como os NIC (Novos Países Industrializados) e a China, enfrentaram, ou continuam enfrentando, a questão da diferença entre seu produto interno bruto (PIB) e seu produto nacional bruto (PNB). Nessas condições, o Brasil se confronta com uma contradição que parece ainda não merecer a atenção de seus planejadores.

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Sem um processo firme de industrialização não construiremos um mercado interno forte, não conseguiremos promover o pleno emprego, não teremos recursos suficientes para liquidar a miséria, nem reduzir a pobreza e as desigualdades.

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Se o Brasil pretende enfrentar uma pretensa ameaça chinesa, ele terá que estabelecer regras claras para que os investimentos chineses (e também das demais nacionalidades) elevem o conteúdo nacional dos seus produtos, instalem processos industriais nas áreas de recursos naturais, direcionem sua atenção para as áreas consideradas prioritárias pelos brasileiros e estabeleçam parcerias que envolvam transferências de tecnologias.

 

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Para enfrentar essa situação não basta anistiar as dívidas dos pequenos agricultores no Pronaf e acelerar o assentamento de 80 mil famílias acampadas. É necessário executar uma plano acelerado de assentamento dos 2 a 3 milhões de lavradores sem-terra nos 90 a 100 milhões de hectares de terras improdutivas.

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Só poderemos fazê-lo gerando novos empregos através do desenvolvimento da indústria. Para preparar ainda mais o Brasil, a macroeconomia anti-crise recomendaria reduzir todos os impostos que gravam a produção e adotar uma política ativa de ampliação do parque industrial e do mercado interno de consumo.

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O discurso do presidente Obama no Congresso, apresentando seu plano de geração de empregos para tirar o país da crise, parecia cópia modificada da política adotada pelos chineses. Se fez isso conscientemente, Obama pode estar tentando uma reforma que só terá sucesso com uma reestruturação do capitalismo norte-americano.

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Parece predominar em setores empresariais, governamentais e acadêmicos uma visão negativa sobre as relações, como se os chineses fossem única e exclusivamente uma ameaça. Num quadro geral de crise, o predomínio dessa visão não só impedirá o Brasil de aproveitar as oportunidades oferecidas pelo desenvolvimento chinês.

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Nas condições brasileiras, em que a esquerda apenas galgou uma parcela do Estado, parcela que foi em grande parte desmontada nos 12 anos de governos neoliberais, a implantação de reformas de cunho democrático e popular dificilmente poderá ser de curto prazo, mesmo que o governo fosse totalmente de esquerda.

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Se as multinacionais instaladas no Brasil continuarem sendo protegidas da competição internacional, elas vão continuar abusando de sua condição oligopolista, mantendo preços elevados tanto dos caminhões fabricados aqui quanto daqueles que importam e mascaram com algum conteúdo nacional. Continuarão contribuindo, portanto, para manter os custos logísticos de transporte bem acima dos custos internacionais. 

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A política fiscal ativa foi corporificada num plano de estímulo massivo para impedir a queda no crescimento. Cerca de US$ 600 bilhões foram destinados às áreas estratégicas. O aprofundamento das políticas sociais adotou regras mais firmes para conformar novos sistemas de pensão ou reforçar os antigos.

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Se o governo Dilma demorar demais na configuração de um projeto que possa unificar mais firmemente as classes e setores sociais contraditórios que a levaram ao governo, a tendência pode ser um processo de desgaste constante em torno de problemas de corrupção, reais ou fictícios, ou em torno de divergências de porte menor.

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A esquerda precisa considerar positivamente a estratégia governamental de estimular o desenvolvimento capitalista, ao mesmo tempo em que aproveita essa aliança prática com setores da burguesia nacional e internacional para adotar instrumentos de democratização do capital e multiplicação das formas sociais de propriedade e de produção (estatais, públicas, solidárias etc.).

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