Correio da Cidadania

Tem gente que ainda não entendeu direito as mudanças desse período histórico. Ainda não se deu conta das implicações da descolonização e da criação de inúmeras novas nações.

A própria oposição ao governo Lula e à candidatura Dilma pode impor o debate em torno do desenvolvimento combinado das forças produtivas com a democratização do Estado.

O PT e o governo Lula superaram a crise porque a militância, há algum tempo dada como morta, tanto pela burguesia quanto por alguns próceres do partido, entendeu a questão em jogo e se mobilizou

Como os críticos acham que a mobilização social também é um ato de vontade do presidente, a correlação de forças estaria subordinada à política de conciliação ou harmonização dos contrários.

O sistema financeiro e o BC comunicaram à candidatura Serra que podem dizer publicamente que os planos de crescimento da candidatura Dilma não passam de euforia sem base na realidade.

A realidade é que quanto mais o governo democrático e popular desenvolver as forças produtivas, mais estará criando condições para transformações socialistas, mesmo que não tenha consciência disso.

Paradoxalmente, a parte da esquerda que está servindo de massa divisionista de manobra para Serra não sabe se ainda é possível um projeto nacional popular no Brasil.

Combinando hegemonia e dominação, Vargas excluiu os direitos políticos. A conciliação de classes do seu período foi imposta pelo aparato repressivo e coercitivo do Estado.

Por paradoxal que pareça, intelectuais de esquerda consideram ampliar o acesso de jovens pobres à educação uma condução política em sentido inteiramente contrário aos interesses deles.

O fortalecimento das empresas estatais, a sobrevivência e desenvolvimento dos micro e pequenos produtores industriais e agrícolas e a expansão da classe dos trabalhadores assalariados deixou de ser um problema exclusivamente econômico.

Talvez a política mais adequada resida em introduzir modificações que permitam reforçar a participação do capital estatal no pacto com os capitais privados.

Por que constituiria uma desconstrução da hegemonia uma aliança para a conquista eleitoral de um governo central?