Correio da Cidadania

Só um Nordestino resistiu ao fogo no museu

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Quem vem ao sertão da Bahia, região de Canudos, vai encontrar Bendengó. Ali caiu um meteorito de ferro maciço. Em Bendengó, num espaço muito pequeno está o meteorito que caiu do céu, vindo do espaço, como um ET. Pesando mais de 5 toneladas, foi encontrado ainda no século 18.

Entretanto, em Bendengó está apenas uma réplica do verdadeiro meteorito, esse levado para o Rio de Janeiro, ao Museu Nacional.

No incêndio que torrou o Museu nem Luzia, nossa matriarca, resistiu. Mas o meteorito de Bendengó escapou ileso.

Esse país está sendo torrado por um golpe de Estado. Rompeu não somente com nossos direitos básicos, mas com todas as regras civilizadas de convivência de um povo.  

É bom lembrar que 360 deputados, 60 senadores, 11 juízes do Supremo Tribunal Federal, um juiz de primeira instância, com seus compadres de um tribunal superior, o empresariado nacional e internacional, banqueiros e uma velha mídia, todos secundados por generais, estabeleceram essa aberração que é o Brasil contemporâneo.

Entretanto, um Nordestino resistiu. Quiseram torrá-lo de todas as formas, mas os incendiários viraram cinzas e ele continua cada vez mais forte, como se fosse de ferro, imune ao fogo, como se fosse um ET.

E ele não se chama Bendengó.

Roberto Malvezzi é agente pastoral no Semiárido.
 

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