Correio da Cidadania

Sobre a vontade generalizada de ser massa de manobra

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Nos discursos dos políticos, o que mais ouvimos são acusações: políticos gostam de se acusar uns aos outros. Um esfola-gato muito usado é dizer que o outro não é um líder – “você é incapaz de governar este país”, “O Brasil precisa de um líder forte!” Como se vê, não só em regimes autoritários, mas também em democracias constitucionais, essa ideia é muito atrativa ao comum das gentes: precisamos de um líder forte, um que concentre o máximo de poder nas próprias mãos, domine a política, defina as políticas públicas, resuma todos os partidos num só e tome todas as decisões importantes – é disso que todos precisamos.

 

Essa é a vontade de muitos brasileiros: queremos alguém que vá lá e resolva – “Juiz Moro, esse vai resolver!”, “Dilma é a única honesta!”, “Lula é o nosso líder!” são as palavras de ordem do momento. Todas exprimem uma única e mesma crença, de uma maneira ou de outra, com mais ou menos consciência. Chegamos a ouvir até burrices absurdas como “bons tempos os da ditadura, os presidentes mandavam!” E quem crê, não duvida jamais, tranca-se impermeável a qualquer diferença.

 

A submissão a um líder forte foi duramente criticada por Chaplin, em seu primeiro filme falado, último no qual ele aparece como o mendigo Carlitos: O Grande Ditador (The Great Dictator, EUA, 1940). Filmado antes da entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, o filme mostra cartazes, letreiros e placas escritos em esperanto, aludindo, talvez, à esperança de Chaplin de sua mensagem pacifista, socialista e utópica, alcançar uma plateia universal.

 

Diz a história que Chaplin incluiu o famoso discurso final ao saber da invasão da França por tropas nazistas. A fala é riquíssima e levanta muitos temas. Mas o mais importante é o apelo que ele faz ao público. Filmado em plano fechado, olhando para a câmera, sua mensagem a nós pode ser resumida nisso: – Descreiam em líderes, a vida quem faz são vocês. Abdiquem do poder, esqueçam a vaidade e a ganância, ajudem-se uns aos outros e desistam da guerra.

Profundamente cristãs, de um cristianismo primordial e antigo combinado com os mais puros ideais iluministas, suas palavras são a refutação mais direta e realista da política centrada na figura idealizada dos líderes totalitários.

 

 

 

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“Sinto muito, mas não quero ser um imperador, não sou pra isso. Não quero governar ou conquistar ninguém. Se pudesse, eu gostaria de ajudar a todas as gentes, judeus, negros, brancos. Todos queremos ajudar uns aos outros, os seres humanos são assim. Todos queremos conviver com a felicidade alheia, e não com a desgraça do outro. Não queremos odiar e desdenhar uns aos outros. Neste mundo, há lugar para todos e a boa terra é rica e pode sustentar a todos. O caminho da vida pode ser livre e belo. Mas perdemos o caminho”.

 

O caminho perdido


Esse caminho perdido de Chaplin é evidente também no discurso de Lula sobre si mesmo, um tópico repetido à exaustão por seus apaniguados, como já falei em outro lugar (http://migre.me/tnEpU). Aqui, quero chamar a atenção ao fato de que até quem não é exatamente um prosélito de Lula e do neo-PT acaba cedendo a essa imagem do grande líder, a essa mitologia pessoal criada por e para Lula. Defender “criticamente” as supostas conquistas sociais dos primeiros mandatos federais do PT é uma forma de dar a Lula certa aura que o põe acima do nosso comum e baixo contexto mundano: “O governo Lula foi diferente do governo Dilma, foi muito melhor, mais à esquerda” e outras besteiras que tais. Da mesma maneira, atribuir a ele o rótulo de maior corrupto, bandido, enganador das massas ou inimigo imaginário da história do Brasil é de uma insensatez crônica. Ambas as posturas escondem os processos históricos e ocultam os interesses e as coletividades que o levaram de migrante paupérrimo a presidente do Brasil e o sustentam onde hoje ele está.

 

Todas essas crenças, porém, são compreensíveis. O fato de o espetáculo conseguir aglutinar as mais imaginativas e incoerentes fantasias – como a de que os governos petistas são uma ditadura bolivariana (?!?) de esquerda (?!?!?) – maquia a capacidade da propaganda de persuadir até eleitores “críticos” a deixarem suas dúvidas de lado e apoiarem a nossa brasileira democracia de fachada. E mais: com o desgaste da imagem de líder de Lula, a crença de que só uma personalidade forte pode nos salvar ganha força. Basta que a insatisfação e o descontentamento da massa sejam mobilizados para uma meta apontada pelo líder – todos caminharemos para lá, aonde ele nos indicar. Basta que o líder seja forte e decidido para por o país nos trilhos do futuro tão ansiado. “Acredito em Sergio Moro!”, bradam orgulhosos muitos ceguetas que se acham videntes. “Lula é o cara!” ou “Dilma é nossa mãe!”, esperneiam de outro lado ensandecidos partidários de uma causa inexistente. “Não é bem assim, há pontos positivos”, resmungam alguns singelos e bem intencionados contemporizadores. As idealizações são aglutinadoras e se retroalimentam, a ignorância grassa.

 

O resultado é sentido na pele por todos: fortalecem-se as lendas pessoais e enfraquecem-se as instituições. Não há espaço para projetos alternativos, pensamento, debate – nada de genuína política, em suma. O personalismo é tão forte que parece atávico. Sua tradução mais comum é a vontade de autoritarismo, um traço muito marcante do senso comum político da cultura nacional (suspeito, não apenas do senso comum, mas essa fica pra outra vez).

 

A ideia de que o líder que potencializa ao máximo o seu poder individual é o mais admirável e o mais apto a nos governar tem um passado e esse passado não é nada belo. Os regimes totalitaristas do século 20 mostraram bem o problema. A imagem do líder é o centro em torno do qual a propaganda força a gravitação de corações e mentes – tudo se resume ao líder, às ações do líder, seu pensamento e suas vontades. Todo o simbólico é remetido ao líder, nada escapa ao seu olhar, ao seu comando. Toda identificação nacional passa pelo filtro da figura do líder, até mesmo as tradições populares são validadas ou rejeitadas de acordo com o ideal de nação forjado e autorizado pelo líder. O que estiver fora desse ideal, não é nacional e deve ser eliminado. Nenhuma imagem de diferença, nenhum dissenso, nenhum desvio do ideal, por mínimo que seja, é permitido.

 

Stalin e as imagens esvaziadas de história

 

Basta um exemplo para deixar claro. Hoje, sabemos que Stalin mandava apagar das fotografias a imagem de opositores à sua ditadura, assassinados a seu mando. A censura soviética apagou de inúmeras fotografias a imagem de pessoas que, como Trotsky, poderiam desmistificar a visão de mundo do totalitarismo stalinista. Foram poupadas apenas a imagem de Lênin, transformado em grande e supremo herói, e a de Stalin, alçado a líder máximo da União Soviética e principal protagonista do processo revolucionário russo – ele, líder ideal, não o povo, os coletivos de trabalhadores, as pessoas reais.

 

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Com esse artifício, ele fortaleceu uma imagem que lhe foi muito útil: o único e maior líder, a figura primordial, o principal agente, o grande pai das nações soviéticas. E o povo, que papel desempenhou na Revolução? O de exército, rebanho, ou massa de manobra, para usar uma expressão cara aos que pensam que não são. Stalin mandou assassinar seus opositores, matando-os de fato e simbolicamente. Enquanto viveu, usou seu poder para esconder atrocidades – milhões foram assassinados pelo seu regime – e seus crimes só foram revelados após sua morte. Se o regime soviético sempre foi autoritário e repressivo, se foram cruéis as lideranças coletivas, por piores tenham sido, jamais podem ser equiparadas a Stalin. Maquiavel, no fim das contas, não estava tão equivocado...

 

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Exemplo de manipulação de imagem antes da era do Photoshop. A foto original, a primeira no alto, à esquerda, mostra Nikolai Antipov, Joseph Stalin, Sergei Kirov, Nikolai Shvernik e Nikolay Komarov, numa conferência em Leningrado (S. Petersburgo), em 1936. Sucessivas adulterações apagaram a de todos os outros e fizeram restar apenas a imagem de Stalin, hirto, distante e inamovível e, no fim das contas, de aparência falecida, como só pode ser uma mítica.


O processo de adulteração das fotos cumpria a finalidade de esvaziar a história, apagando a figura daqueles que, afinal, tinham sido apagados da vida pelo ditador. Não é a tentativa de converter o real em virtual coerente com a movimentação totalizadora em torno do líder? Só o líder é capaz de dominar completamente todo o processo político, controlar interesses conflitantes e impor a todos os partidos políticos e toda a sociedade uma única e correta direção. O líder possui convicções inabaláveis – as pessoas acabam por ver em alguém a firmeza que nunca encontrarão em si mesmas. Só mesmo uma entidade divina, mitológica, a qual então não fecunda a realidade, apenas a sufoca.

 

É preciso reconhecer que o Brasil sequer conseguiu consolidar sua democracia constitucional nos moldes burgueses. Sem tradição de continuidade de processos políticos, sequer conseguimos organizar a participação da sociedade civil (ela existe?), e parece que líderes descomedidos não podem ser freados. Não conseguimos definir onde estão os espaços de liderança e de ação políticas que não podem ser ocupados por uma única pessoa, mas que devem ser reservados ao protagonismo do corpo social. Em momentos de crise, como agora, quem sempre retorna é o nacionalismo verde-amarelista, a clamar por líderes iluminados e fortes; o sebastianismo salvático; a tal indolência natural do brasileiro; jorros de desobediência civil e insatisfação momentânea; e por aí vai. Ao menos, essa é a imagem dos que desejam ser liderados – o povo é incapaz, que venha o deus.

 

Cerâmica etrusca do século 6 a.C., acervo do Museu Gregoriano Etrusco I, Vaticano. A pintura no fundo do prato mostra a figura mítica de Prometeu, um titã, sendo atacado pela ave de rapina ordenada por Zeus a comer suas vísceras, momentos antes de ser libertado pelo herói semideus Héracles. Na mitologia grega, Prometeu foi condenado a esse castigo por ter dado aos homens o fogo que pertencia aos deuses, libertando-os, portanto, do jugo divino. A crença no líder é como a crença em Prometeu: por si, a humanidade é incapaz de se libertar, só um líder pode nos libertar e nos levar à felicidade.

 

Trump e nós


Um contraste com a América do Norte pode ajudar a esclarecer, e talvez até mostrar o quanto não estamos tão distantes. A resistência contra Trump, em grande parte, deve-se ao temor de que ele, uma vez no poder, consiga minimizar ou até mesmo eliminar o que nos EUA ainda resta desses espaços institucionais, dessa vez não mais apenas em nome de interesses econômicos de grandes corporações de negócios, mas também em benefício próprio, pessoal – Trump é ele mesmo um imenso magnata, dono de grandes empresas midiáticas, possuidor de empreendimentos financeiros e comerciais no mundo todo.

 

Ele não apenas representa esses interesses, ele os tem. Concentrar mais poder nas suas mãos é um risco tão grande quanto sua fortuna – ainda mais pelas suas declarações imperialistas: “Make America great again”, diz sua campanha, quer dizer, “Tornar a América grande de novo” – o que isso pode significar? Se conseguir mobilizar o ideal nacionalista, Trump mobilizará o anseio de superar todas as dificuldades e diferenças em torno de si e, com isso, direcionará a política para onde quiser. Será aonde queremos também ir? Será o imperialismo estadunidense compatível com outros ideais nacionais? Se a própria ideia de nação é uma abstração talhada para cegar as massas, parece-me difícil uma conciliação.

 

Mesmo tendo consciência desse processo, resta a pergunta: por que ainda insistimos nos mitos personalistas? Por que enfatizamos tanto a figura singular que ocupa a presidência em vez de fortalecer as lideranças coletivas no Congresso e nos partidos? Por que não conseguimos renovar os partidos existentes ou mesmo criar novos partidos?

 

Não tenho resposta a essas perguntas, ao menos não conheço respostas diretas. É fato que o espetáculo, a indústria cultural, a grande mídia (chamem como quiserem) clamam por uma personalidade forte. Esse clamor é onipresente, reforçando a estranha premissa de base de que o líder deve ter a última palavra em tudo. No grande discurso midiático, o alvo é Lula, a incompetente é Dilma, o algoz ou o herói é Moro, o juiz supremo é Mendes, como já foi Barbosa – como se nenhuma dessas pessoas fizesse parte de um coletivo maior, fossem indivíduos por si e em si mesmos independentes de liames e arranjos institucionais, sociais e coletivos. Sabemos que existe um tribunal e uma magistratura, mas o discurso que nos atinge é sempre o da singularização, o da individualização, o do protagonismo pessoal. Esse discurso, afinal, acaba alimentando a muito estranha ideia de que quanto mais poder for concentrado nas mãos do líder – qualquer que seja o cargo, presidente ou juiz – melhor será para nós. A contradição me parece evidente: quanto mais forte for nosso líder, mais e melhor democracia teremos. Se isso já parece absurdo, há quem defenda o seguinte: democracia não funciona, precisamos é de um líder forte para nos dar uma ditadura melhor. Não sei se é apenas estultícia ou pura hipocrisia!

 

Nesse ponto, alguém poderia me perguntar: mas o que é, então, que você acha ruim? Qual é o ponto? Políticos que gostam de vestir a roupagem de líderes fortes são comuns, hoje em dia todos já conheceram algum e sua vaidade é facilmente percebida. E, como sabemos, o risco de fracasso aumenta proporcionalmente à intensidade da vaidade. Incensados por prosélitos e puxa sacos interesseiros, passam a crer demais em sua excepcionalidade, a confiar demais no seu próprio juízo, até o ponto de se acharem acima da sociedade e das leis. Daí não ser surpresa alguma sua queda e decadência, cedo ou tarde tropeçam na própria arrogância.

 

Certo. Concordo. Mas o que de fato me parece estarrecedor é o desprezo generalizado pela política e pela democracia que atinge boa parte até da juventude.

 

É estarrecedor ver infundir no senso comum a crença de que “democracia é uma anarquia, ninguém manda e ninguém obedece, falta ordem”, como pejorativa e erroneamente proclama-se por aí. Não é raro encontrarmos gente com alto grau de escolarização e informação defendendo falsos profetas e paladinos da justiça, desdenhando de decisões construídas coletivamente – essas são consideradas falhas, natimortas, difíceis ou impossíveis para o povo brasileiro e, pior, até mesmo inúteis. As pessoas que adotam essa visão deturpada de mundo querem uma ilha da fantasia.

 

Em vez de se responsabilizarem, querem a comodidade do não envolvimento. Em vez da elaboração do conhecimento, querem a satisfação imediata. Em vez da política, querem um líder. Como num passe de mágica ou de cartão de crédito, tudo estará resolvido. Mas, de fato, nem todos os cartões de crédito têm crédito ilimitado.

 

A voz de Charles Chaplin ainda fala e causa espanto como na primeira vez em que foi ouvida no cinema, mas parece que poucos a ouvem.

 

 

DISCURSO

 

Todos os filmes de Chaplin podem ser vistos facilmente na Internet. A sequência final de O Grande Ditador pode ser vista aqui, sem estragar o final do filme: https://youtu.be/3OmQDzIi3v0

O discurso foi transcrito e traduzido inúmeras vezes. Ofereço aqui a minha tradução.

 

“Sinto muito, mas não quero ser um imperador, não sou pra isso. Não quero governar ou conquistar ninguém. Se pudesse, eu gostaria de ajudar a todas as gentes, judeus, negros, brancos. Todos queremos ajudar uns aos outros, os seres humanos são assim. Todos queremos conviver com a felicidade alheia, e não com a desgraça do outro. Não queremos odiar e desdenhar uns aos outros. Neste mundo, há lugar para todos e a boa terra é rica e pode sustentar a todos.

 

O caminho da vida pode ser livre e belo. Mas perdemos o caminho. A ganância envenenou as almas dos homens, pôs o mundo dentro de barricadas com ódio, nos fez marchar a passos de ganso para a desgraça e a sanguinolência. Desenvolvemos a velocidade, mas nos trancafiamos. As máquinas que nos dão abundância nos deixam em necessidade. Nosso conhecimento nos tornou cínicos. Nossa inteligência nos fez duros e insensíveis. Pensamos muito e sentimos muito pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de sensibilidade e suavidade. Sem essas qualidades, a vida será violenta e tudo se perderá.

 

O avião e o rádio nos aproximaram. A própria natureza dessas invenções clama por bondade nos homens, clama pela fraternidade universal, pela unidade de todos nós. Mesmo agora minha voz alcança milhões no mundo todo – milhões de homens desesperados, mulheres e criancinhas – vítimas de um sistema que faz os homens torturarem e aprisionarem pessoas inocentes. Aos que podem me ouvir, eu digo – não se desesperem. A desgraça que agora cai sobre nós é apenas a passagem da ganância – a amargura dos homens que temem o caminho do progresso humano. O ódio dos homens vai passar e os ditadores vão morrer e o poder que eles tomaram das pessoas retornará às pessoas e, enquanto os homens morrerem, a liberdade nunca perecerá.

 

Soldados! Não se submetam aos brutos – homens que desprezam vocês – escravizam vocês – que controlam as suas vidas – que dizem a vocês o que fazer – o que pensar e o que sentir! Esses homens adestram vocês, impõem dietas, tratam vocês como se vocês fossem gado, usam vocês como bucha de canhão. Não se submetam a esses homens antinaturais – homens-máquinas com mentes de máquinas e corações de máquinas! Vocês não são máquinas! Vocês não são gado! Vocês são homens! Vocês têm o amor da humanidade nos corações. Vocês não odeiam! Só os que não são amados odeiam – os não amados e os antinaturais!

 

Soldados! Não lutem por escravidão! Lutem pela liberdade! No capítulo 17 (do evangelho de) S. Lucas está escrito: “o Reino de Deus está dentro do homem” – não de um único homem ou grupo de homens, mas de todos os homens! Em vocês! Vocês, pessoas têm o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar a felicidade! Vocês, pessoas, têm o poder de tornar esta vida livre e bela, tornar esta vida uma aventura maravilhosa.

 

Então, em nome da democracia, vamos usar esse poder! Vamos todos nos unir! Vamos lutar por um mundo novo, um mundo decente que dará aos homens uma chance de trabalhar, que dará o futuro à juventude e a segurança à velhice. Pela promessa dessas coisas, os brutos ascenderam ao poder, mas eles mentem! Eles não cumprem suas promessas; eles nunca cumprirão. Os ditadores livram-se a si mesmos, mas escravizam as pessoas! Ora, vamos lutar para cumprir essa promessa! Vamos lutar para libertar o mundo, para desfazer as barreiras nacionais, varrer com a ganância, com o ódio e a intolerância. Vamos lutar por um mundo racional, um mundo em que a ciência e o progresso levarão à felicidade humana. Soldados! Em nome da democracia, vamos todos nos unir!”

 

Cordiais saudações.

 

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Cassiano Terra Rodrigues é professor de filosofia na PUCSP. Descrente de líderes, prefere acreditar em passarinhos e sacis.

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