Correio da Cidadania

EDITORIAL: o novo Correio da Cidadania

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Após 20 anos de trabalho na trincheira do jornalismo independente, o Correio da Cidadania chega a um novo momento de sua história. Com o trabalho de poucos, porém dedicados colaboradores, e com o apoio dos leitores, entramos em 2017 com um novo website e um projeto de renovação editorial.

 

Como qualquer meio de comunicação com tal longevidade, também vivemos na pele a transição dos velhos modelos industriais de produção jornalística para a era digital.

 

Se por um lado não mais incorremos nos altos custos de uma mídia impressa, com suas gráficas e meios de distribuição, por outro, há um deslocamento para novas modalidades de custo, a exemplo das cada vez mais exigentes ferramentas de programação e interatividade da mídia online.

 

São tempos de crise para o jornalismo, e mais especificamente seus modelos de negócios tradicionais, gestados há muitas décadas.

 

No entanto, tais momentos de transição e mudança não são inéditos na história do ofício da informação. Trata-se de mais um desafio histórico, imposto pelos tempos que vivemos.

 

Dentro de tal contexto, veículos, inclusive tradicionais, encerrarão suas operações, como já ocorre, enquanto novos projetos virão à superfície, promovidos por aqueles que conseguirem se adequar a uma nova dinâmica e inovar dentro dela.

 

Fato inconteste nesse cenário de fortes turbulências é que o jornalismo prossegue como instrumento indispensável de qualquer sociedade que se pretenda democrática e progressiva. E quanto mais independente, editorial e ideologicamente, melhor.

 

Mas exercer o ofício com qualidade tem custos. E para ampliar a operação e alcance é preciso criar as condições econômicas em igual proporção.

 

A realidade é que ainda não se encontrou o novo modelo de financiamento do jornalismo, em especial para aqueles que não contam com forte apoio de grandes empresas.

 

No caso brasileiro, o processo encontra-se ainda mais atrasado do que em outros países. A televisão absorve o grosso das verbas publicitárias e, mesmo com audiência crescente, não há um mercado publicitário de pujança comparável na internet.

 

Veículos grandes ou pequenos, da mídia dita tradicional ou alternativa, estão todos na mesma jornada, em busca da própria reinvenção, editorial e econômica. Resta saber quem sairá na frente, se teremos uma maior pulverização ou se veremos a reprodução de velhas lógicas monopólicas.

 

O apoio engajado do público, a partir da solidificação de uma cultura de envolvimento com projetos de interesse comum, parece ser quesito essencial nesse cenário. Por isso o Correio da Cidadania lançou seu programa de assinaturas, em que os leitores são livres para escolher os valores com que contribuir e participar diretamente da manutenção daquilo em que acreditam. 

 

Nós, do Correio da Cidadania, temos claro que nossa vocação editorial e existencial é a de promover o debate de ideias a partir de um jornalismo que vise o desenvolvimento social e econômico do país em bases justas, com reflexos claros na qualidade de vida da população. Com compromisso com os fatos e necessidades humanas, para além de conchavos políticos, partidários, institucionais, corporativos.

 

Continuamos trabalhando para melhorar cada vez mais nosso jornal digital e nossa estrutura de trabalho. O apoio de nossos leitores será fundamental para levar adiante esse objetivo.

 

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