Correio da Cidadania

Aqui na terra tão jogando futebol...

0
0
0
s2sdefault

 

Nuvens ameaçadoras cobrem o horizonte. Alguns pingos grossos já caíram nos Estados Unidos. O risco de uma grande tormenta na economia norte-americana é real e, se vier a ocorrer, não há meios de evitar que repercuta em todo o planeta.

 

Aqui na terra, porém, como diria o Chico Buarque: "estão jogando futebol, uns dias chove, noutros dias bate sol"...

 

A perspectiva de ter de enfrentar uma crise econômica vinda do exterior ainda não suscitou um sério debate nacional, a respeito dos dois aspectos mais importantes da questão: como defender os mais pobres dos efeitos da borrasca e como evitar que a crise sirva de pretextos para novas pressões sobre a soberania do país.

 

Não que faltem brasileiros e brasileiras conscientes pensando seriamente no assunto. O problema é que não conseguem acesso aos grandes meios de comunicação de massas. Esses veículos preferem desviar a atenção do público para o bizarro, o folclórico, o moralismo, a pautar uma discussão indispensável.

 

É certo que nem sempre as tempestades desabam e que, portanto, não é o caso de alarmar a população. Contudo, qualquer analista prudente não deixaria de examinar a probabilidade de se ter, dentro de alguns meses, uma situação bem difícil no país.

 

O governo, no entanto, prefere adotar uma postura de avestruz: "não há crise e, se houver, não causará nenhum problema grave porque o Brasil dispõe de grandes reservas de moeda estrangeira".

 

Ledo engano. Se a crise bater nas nossas portas, a celebrada reserva monetária não terá condições de resistir durante o tempo requerido para que a economia internacional se recupere e salve nosso país da crise. Basta ver que o capital estrangeiro já começou a fugir das nossas Bolsas de Valores.

 

A necessidade de formular um plano de enfrentamento da crise, e de debatê-lo amplamente com a população, constitui hoje uma urgência inadiável.

 

A mídia tem a obrigação de pautar esse debate e de garantir que todos os lados sejam ouvidos nas páginas dos jornais e nos programas de rádio e televisão. A opinião pública precisa exigir esse direito, cujo fundamento é constitucional.

 

As colunas de "Cartas do Leitor" podem ser um instrumento eficaz para fazer essa pressão democrática.

 

{moscomment}

0
0
0
s2sdefault