Gilberto Alckmin
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- Andrea
- 20/06/2008
Na semana passada, o vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, ganhou a palma da galhofa. Ao saudar o candidato a prefeito do DEM, depois de fazer aquela pausa para provocar a explosão de aplausos, Goldman falou lentamente, escandindo as sílabas, que estava ali para solidarizar-se com: Ge - ral- do- Ka-ssab.
A malvada câmera da TV ainda focalizou o aflito candidato dizendo baixinho nos ouvidos de Goldman: - "Gilberto, Gilberto".
Não se sabe bem por que a saudação nesses termos provocou um anticlímax, nem por que a imprensa a noticiou como um "ato falho". Não havia motivo para tanto.
Do ponto de vista político, o experiente Goldman apenas foi rigoroso: Gilberto e Geraldo são a mesmíssima coisa. Ambos apóiam a política econômica de Lula; ambos privatizarão o que tiver sobrado do patrimônio da prefeitura; ambos terceirizarão serviços públicos; ambos dificultarão apurações de denúncias de fraudes em contratos de obras públicas.
Se o eleitor votar em um ou em outro estará dando seu apoio rigorosamente à mesma política.
Na verdade, das candidaturas até agora lançadas, a única que representa verdadeiramente uma política distinta é a candidatura do deputado Ivan Valente, do PSOL. Este, sim, é contra a política de Lula, contra as privatizações, contra as terceirizações e, como demonstra sua longa e retilínea vida parlamentar, pela apuração rigorosa de todas as denúncias de maracutaias. Ele é também o único que propõe uma total inversão das prioridades do orçamento municipal - coisa que os outros dois não farão e que, se o fizerem, embutirão no discurso condicionantes e ressalvas sutis, a fim de poder desdizer, amanhã, tudo o que prometeram nos palanques eleitorais.
Infelizmente, a enorme desproporção de meios tornará difícil ao Ivan chegar até a grande massa de eleitores.
O público será exposto maciçamente a esses dois personagens com o mesmo discurso. O "script" que ambos recitarão já está prontinho e nas mãos de marketeiros. Estes estão a braços com uma difícil tarefa: diferenciar duas imagens que são iguais. O único aspecto em que elas se diferenciam diz respeito ao Serra: um é amigo, outro é inimigo do Serra.
Se a eleição representasse mesmo uma escolha entre políticas municipais distintas, o Tribunal Eleitoral deveria considerar válidos os votos dados tanto a Geraldo Kassab como a Gilberto Alckmin. Se qualquer deles vencesse, os dois tirariam nos palitinhos quem teria direito a sentar-se na cadeira de Prefeito.
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