Correio da Cidadania

Urge prever o futuro

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Os estrategistas políticos norte-americanos admitem abertamente a possibilidade de uma guerra com a China nos próximos vinte e cinco anos. No Pentágono, os estrategistas militares estão examinando todas as hipóteses e meios de neutralizar a grande vantagem chinesa em qualquer conflito armado em que o país venha a se engajar: sua imensa população.

 

Obviamente, os chineses sabem disso e já mobilizaram seus estrategistas militares para encontrar formas de utilizar essa vantagem contra os norte-americanos.

 

Há alguns anos atrás, a França reestruturou suas forças armadas a fim de estar preparada para enfrentar conflitos armados distintos dos que havia enfrentado em tempos passados. Alemanha, Japão, Rússia e uma dezena de países desenvolvidos estão fazendo o mesmo.

 

O mundo mudou completamente e não havia como tamanha mudança deixar de influir na técnica da guerra.

 

Até o governo brasileiro já se preocupou com o assunto. O recém criado Ministério do Planejamento Estratégico tem a missão de fazer previsões a respeito de cenários geopolíticos futuros. A burguesia brasileira quer saber como se posicionar para colocar-se bem nas futuras conjunturas.

 

E os partidos de esquerda?

 

Que esforço estão fazendo para prever o que os cenários futuros poderão significar em termos de perspectivas de desenvolvimento da luta socialista contra o regime capitalista brasileiro? Que passos estão dando para montar estruturas que possibilitem a realização de tais previsões?

 

Se o horizonte de atuação desses partidos durante o ano não ultrapassar o prazo da eleição seguinte à que acabou de disputar, com toda certeza, eles se verão na mesma situação em que se encontrou a esquerda brasileira nas ocasiões em que surgiram crises de governabilidade facilmente transformáveis em situações pré-revolucionárias. Nessas esquinas da história, se os partidos da esquerda estivessem devidamente inseridos na massa popular e devidamente capacitados para interpretar rapidamente as situações de enfraquecimento do poder burguês, e prontos para agir com celeridade e decisão, o processo da revolução brasileira estaria muito adiantado.

 

Situações deste tipo ocorreram em 1954 e em 1964. Terminaram ambas em reforço da direita, por falta, em ambas as ocasiões, de partidos aptos a entender o que estava acontecendo diante dos seus olhos e a oferecer um norte para a massa popular sublevada.

 

Forças políticas e sociais incapazes de protagonizar a história serão sempre condenadas a sofrê-la.

 

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Comentários   

0 #3 nem sempre.artur alonso 30-07-2008 10:11
Neste momento já estamos a ter pequenas guerras paras as potencias se posicionar estrategicamente como Miamar, Sudão, o Tibete, com a China por médio.
No oriente há uma nova muda de estratégias e uma espécie de nova relação entre China , Paquistão, e a Índia.
Austrália e Japão estão a defrontar em Oceania um novo cenário com a entrada da China pelo meio... Rússia tenta recuperar a sua influencia alem das fronteiras mais próximas... Inevitavelmente se prepara um confronto.
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0 #2 Esquerda sem rumoPaulo Antonio Casa Nova 29-07-2008 14:00
Devido ao fato de não ter uma organização mais apurada e que vislumbra-se além da próxima eleição, a grande maioria ( se não a totalidade) dos partidos de esquerda brasileiros e boa parte dos partidos do resto do mundo se encontram sem rumo frente aos acontecimentos mundiais, Em contra-partida, os guardiães do capitalismo, mascarados em neo-liberais estão sempre em alerta, transformando-se naquilo for preciso para enganar os trabalhadores e manter a sua política de dominação e exploração da mais valia. Por outro lado, as esquerdas deslumbradas ficam discutindo o sexo dos anjos, vírgulas e pontos nos seus documentos,sem uma preparação para o enfrentamento real, achando que estão avançando pela construção de uma nova sociedade sem a necessidade do combate revolucionário. Que o exemplo de Maio Alves reavive a nossa chama revolucionária e nos preparemos para o que estar por vir!
Paulo Casa nova - militante de esquerda
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0 #1 Valdi Ferreira 29-07-2008 10:54
pertinente artigo, enquanto nós miliantes de esquerda ficarmos nos digladiando, partidos que só criticam a ação dos outros sem um programa de classe que unifique os trabalhadores para transformar a sociedade infelizmente assistiremos a quem nos governa nos impor a sua lógica de vida, de lucros e de fome.
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