Correio da Cidadania

Duas oportunidades históricas

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Dois eventos importantes estão programados para dezembro e janeiro: o Tribunal Popular e o Fórum Social Mundial.

 

O Tribunal se reunirá este mês, nos dias 4,5 e 6, na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e colocará o Estado brasileiro no banco dos réus, pelo delito de criminalização da pobreza e dos movimentos populares.

 

As provas serão apresentadas por entidades da sociedade civil e se referem a quatro graves agressões a direitos humanos: a condição infra-humana a que estão submetidos os presos na Bahia; a dramática situação das famílias nos morros do Rio de Janeiro; as inomináveis execuções ocorridas durante o levante do PCC; a criminalização dos movimentos do campo.

 

A presença maciça das entidades populares nesse evento é condição indispensável para que a decisão do Fórum tenha eficácia. Estão, pois, convocadas a encher as salas das audiências.

 

O outro evento: o Fórum Social Mundial. Será o primeiro Fórum após a eclosão da crise econômica que se abateu sobre o mundo capitalista – ocasião importantíssima para traçar, em âmbito internacional, uma estratégia de resistência às medidas que os governos estão tomando para socializar os prejuízos dos capitalistas.

 

É uma hora que não pode ser desperdiçada. Cumpre às organizações populares arregimentar desde já suas caravanas a Belém e articular uma atuação conjunta em torno de um programa de medidas emergenciais de proteção à economia popular.

 

Desde seu início, a natureza do Fórum vem sendo motivo de debate. Uma parte de seus organizadores inclina-se a considerá-lo o embrião de uma nova internacional das forças políticas e sociais opostas ao imperialismo e aos monopólios.

 

Outra parte contesta essa orientação e defende sua natureza de espaço livre de debate, sob o argumento de que não há consenso entre os participantes a respeito de uma plataforma política, o que levaria a cisões e ao isolamento.

 

A crise permite uma síntese dessas duas posições: sem perder o caráter de espaço livre de debate, criam-se condições para aprovação de uma agenda mundial de luta contra medidas governamentais que reduzam direitos dos trabalhadores ou agravem a situação das populações mais vulneráveis. Essa agenda possibilitará a realização concomitante de atos públicos em escala planetária, o que significará substancial mudança na qualidade da luta popular.

 

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