23 de maio
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- 11/05/2007
A nova moda é desrespeitar o principio constitucional que garante a estabilidade dos dirigentes sindicais. Há pouco tempo, a Volkswagen despediu três desses dirigentes; agora o Metrô adotou a mesma conduta.
Não é por acaso. Está em marcha uma investida do capital é contra o trabalho, articulada em diversas frentes.
Além da óbvia choradeira dos empresários, a Rede Globo já colocou no ar uma campanha destinada a fazer a população crer que o desemprego decorre do excesso de direitos dos trabalhadores.
O governo soma-se a ela de forma sutil. O PAC, apresentado como um programa destinado a assegurar a melhorar a remuneração dos assalariados, faz exatamente o contrário. A leitura atenta de suas rebuscadas fórmulas de regulamentação dos aumentos salariais não permite outra conclusão senão a de que ele se destina a abortar uma extremamente suave tendência à elevação do valor dos salários do funcionalismo público e do salário mínimo.
Portanto, só se engana quem, na verdade, quer ser enganado. A ofensiva está em plena marcha. Apenas ainda não atingiu aquela fase em que a ofensiva transforma-se em batalha campal aberta.
Tem, por isso, toda pertinência a resistência que está sendo articulada pelas centrais sindicais e movimentos populares combativos. O primeiro teste dessa resistência foi a reunião de 25 de março; o segundo, a celebração do 1º. de maio. O próximo é o Dia Nacional de Lutas, marcado para o próximo dia 23. Do sucesso dele depende a possibilidade de conter o ataque da direita.
Como se sabe, o clima de unidade que marcou as duas manifestações anteriores contagiou a CUT. Evidentemente, se ela aderir ao movimento, a repercussão será muito maior. Pode-se imaginar, contudo, o que o governo Lula está se mobilizando para impedir a participação dessa central. Cabe à esquerda, agora mais unida do que antes, criar, sem fazer concessões de principio, condições favoráveis à adesão da CUT.
Evidentemente, a classe trabalhadora não irá parar no dia 23. Se o protesto tiver volume, novos atos serão programados, para ver se conseguimos colocar a massa popular em movimento contra esse neoliberalismo nefasto, que está devastando a economia popular e comprometendo o futuro do país.
Precisamos convencer o maior número de pessoas que ocupar um metro quadrado de rua no dia 23 constitui um ato político tão importante quanto o voto, pois as fotografias dos eventos é que darão aos governantes a noção da magnitude da revolta popular.
Sob este aspecto, nossa história tem sido de clareza meridiana: toda vez que o povo sai às ruas, a burguesia cede algo.
Do contrário...