Correio da Cidadania

Novamente os índices de produtividade da agricultura

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A questão dos índices de produtividade revela a falácia da auto-proclamada eficiência do agronegócio. Se são de fato tão eficientes quanto proclamam, porque esse alarido todo em relação à atualização de índices construídos com base em estatísticas de 35 anos atrás?

 

Mas o agronegócio não só reclama como mente deslavadamente, afirmando que a atualização anunciada pelo ministro do desenvolvimento agrário consiste em aumento das exigências. De modo algum: atualizar é simplesmente adotar as atuais médias brasileiras de uso da terra e de eficiência nesse uso.

 

Para efeito de registro, convém assinalar aspectos importantes da divergência que opõe hoje o ministro do desenvolvimento agrário ao da agricultura. O primeiro veio a público anunciar que iria ser publicada a atualização (anúncio desnecessário se viesse logo a publicação da atualização); o segundo declarou com todas as letras que não tem condições políticas de contra-assinar a Instrução (prova evidente de que não é ministro da República, mas ministro do agronegócio).

 

Convém assinalar também que a atualização não se inscreve entre os atos de discrição administrativa dos ministros, mas em ato obrigatório, determinado pela lei.

 

Finalmente, cabe indagar qual é a posição do presidente nesse "imbróglio". Afinal, as tabelas atualizadas estão na mesa dele há nada menos que sete anos. Como é então que um ministro anuncia a medida, outro a contesta, e tudo volta à estaca zero?

 

Nestas alturas, depois dos transgênicos, da regularização do grilo amazônico, da estagnação das desapropriações e dos preitos de homenagem ao agronegócio, só se engana a respeito da posição de Lula no conflito agrário quem quiser.

 

A não publicação dos índices – desfecho provável da pendência – será mais um fato nessa lista de traições ao MST.

 

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Comentários   

0 #3 Marco Antonio F Coelho 18-09-2009 12:24
Penso que a questão ainda é discutida de forma a excluir o povo brasileiro sobre o exclarecimento da grande questão causal de nossas desigualdades socio-econõmicas que é a fundiária. Ora, na nossa CF já está previsto a necessidade da função social da propriedade (CF art.5º XXII), isto já seria argumento suficiente para atualizar os índices e aferir se este dispositivo constituicional está sendo cumprido.
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0 #2 pliniosampaio@cidadania.org.br 11-09-2009 09:23
Prezado Franisco
Seu comentário é pertinente. Na verdade, a traição maior é ao Brasil. No entanto, quis enfatizar a traição ao MST, porque, no caso específico da publicação dos índices, Lula comprometeu-se pessoalmente a publicá-los.
Muito obrigado por seus comentários.
Plinio
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0 #1 Francisco Alves 10-09-2009 12:16
Eu acho que essa discussão revela o grande comprometimento do Governo e do próprio presidente Lula com o agronegócio.
A minha discordância do articulista está na última frase: \" A não publicação dos índices - desfecho provável da pendência - será mais um fato na lista de traições ao MST.\" Eu acho que é mais grave do que a traição a um movimento, no caso o MST, mas a traição à bandeira da Refor5ma Agrária. Eu considero a bandeira maior do que um dos movimentos que lutam pela Reforma Agrária.
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