Hora de celebrar nossa democracia
- Detalhes
- Andrea
- 10/05/2010
Mais uma vez os fatos demonstram que entre Dilma e Serra não há diferenças substantivas. A direita marchará sempre unida em tudo o que se refere ao essencial. E o que é essencial neste momento?
Cumprir fielmente os ditames do FMI, ou seja, manter o gasto fiscal dentro de um limite que dê aos credores internacionais a certeza de que suas aplicações especulativas em nosso país – responsáveis pela presente folga fiscal – não sofrerão qualquer risco de desvalorização.
Por causa disso é que Lula vetará o reajuste das aposentadorias concedido pela Câmara dos Deputados, se o mesmo conseguir passar ileso pelo Senado. Serra e Dilma apressaram-se em dizer que não se oporão ao veto. É preciso mais?
A concordância básica entre Serra e Dilma é o que permite ao establishment burguês montar uma campanha eleitoral talhada – desde a legislação eleitoral restritiva até a bateria de propaganda – para impedir o debate das reais soluções para os problemas brasileiros.
Embora tranqüila em relação ao atual estado de espírito das massas, a direita teme que uma alteração nos ventos que sopram lá de fora – e que respondem pelo equilíbrio econômico atual – a obrigue a apertar a economia popular. Não quer, por isso, que o debate eleitoral discuta as soluções reais para os graves problemas que machucam a população de baixa renda.
Não quer que, na hora em que o "saco de bondades" for substituído pelo saco de maldades, o povo vá às ruas para questioná-lo. Por isso é preciso debater se Lula fez mais estradas que FHC ou se este viajou mais que aquele durante seus mandatos. Assim, na hora do perigo – caso chegue – o povo continuará desorientado e será fácil convencê-lo de que o remédio é amargo, mas não haverá outra alternativa.
Período eleitoral curto, horário eleitoral mínimo para os partidos pequenos, bloqueio ao debate sobre o financiamento público e restrições de todo tipo à divulgação ostensiva dos financiadores de campanha – ao lado da total impunidade pelo financiamento via caixa dois. Essas são as normas eleitorais. Omissão total das candidaturas da esquerda e exigência de que os candidatos restrinjam seu discurso às soluções técnicas são as contribuições da mídia.
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