Cuidado! Já voltamos a correr alto risco
- Detalhes
- Andrea
- 30/06/2010
Quem usa o aeroporto de Congonhas já está de novo correndo risco: na semana passada um piloto em operação de aterrissagem teve que fazer uma rápida manobra porque detectou a presença de outra aeronave na mesma rota.
Mil explicações serão dadas para isso. Todas mentirosas. O motivo real do risco sofrido pelos passageiros foi o excesso de vôos e decolagens em Congonhas. Ou, em outras palavras, entramos na 3ª fase do "hit" tragédia.
A primeira é a enérgica atuação das autoridades: sindicância, regulamentações rigorosas; sentidos emocionais, abraços nos parentes das vítimas. A duração desta etapa depende da duração do clamor popular.
Apaziguado este, entra-se na segunda etapa: a do esquecimento. Dura até o assunto sair das conversas e reclamações, o que depende sempre da ocorrência de uma nova tragédia que desvie a atenção da primeira.
Esquecido o assunto, volta tudo cautelosa e gradativamente ao "normal". No caso de Congonhas, primeiro um voozinho aqui, outro ali, para não despertar atenção.
Apalpado o terreno, dá-se o passo seguinte: anulação da proibição do uso de Congonhas para conexões de vôos e ampliação do horário de uso do aeroporto.
Resultado: quem usa Congonhas com freqüência percebe claramente que o volume de operação já voltou ao nível pré-desastre da TAM.
Os lucros dos capitais que se valorizam com a exploração do aeroporto – reduzidos nas duas etapas do "hit" – voltaram ao normal. Em outras palavras: os seres humanos voltaram a correr altos riscos.
{moscomment}
Comentários
Assine o RSS dos comentários