Correio da Cidadania

Negociatas à vista

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Para sediar a Copa e os Jogos Olímpicos a FIFA exige que o Brasil construa novos estádios de futebol.

 

Trata-se de uma chantagem. O Brasil já possui estádios suficientes para abrigar os públicos interno e externo que irão assistir a esses eventos.

 

Além dos estádios, a FIFA exige que o Brasil amplie seus aeroportos - gasto igualmente desnecessário.

 

Sem dúvida, o esporte é uma atividade importante e merece a atenção do poder público. Contudo, um país que não consegue sequer alimentar adequadamente todo o seu povo precisa alocar os escassos recursos do seu orçamento em obras mais urgentes.

 

É pouco provável, entretanto, que o bom senso prevaleça. A grande massa apóia o gasto e, além disso, propiciará polpudos contratos com empreiteiras e muita especulação imobiliária - uma conjugação de muito poderosos interesses.

 

Tão certos estão os empresários da efetivação de tais gastos que os preços dos terrenos nas regiões em que serão construídos os estádios já aumentaram substancialmente. Para isto contribui o governo, que já iniciou a higienização social dos bairros onde se localizarão os estádios. Negros, pardos, cafusos e brancos pobres já foram advertidos de que não se tolerará qualquer tipo de comportamento que venha a incomodar os turistas.

 

A recente operação policial-militar realizada nos morros do Rio de Janeiro não teve, na verdade, o objetivo de prender narcotraficantes. A Polícia sabe muito bem que os chefes do narco não moram nos morros do Rio, mas nos luxuosos apartamentos da Vieira Souto. Nos morros moram os sargentos e soldados desse exército criminoso.

 

Os primeiros, instalados no alto dos morros, com visão total da aproximação dos veículos policiais, obviamente escaparam a tempo. Ficaram os soldados, estes que vimos correndo desesperados, no show televisivo que a mídia encenou a fim de que a advertência extrapolasse o Rio de Janeiro e atingisse os pobres de todo o país.

 

Um gráfico dos locais nos quais foram instalados os quartéis da UPP (Unidade de Policia Pacificadora) coincide exatamente com a proximidade entre favelas e bairros elegantes. Nos morros mais distantes não se cogitou disso.

 

Urge fazer um movimento de opinião para bloquear a negociata. O Brasil não tem pó rque curvar-se a uma corja de cartolas que vivem da exploração do fascínio que o esporte desperta em todos nós.

 

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