Expectativas melhores
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- 28/07/2012
Finalmente uma notícia boa. Contrariando as expectativas, inclusive a deste jornal, o Senado cassou o mandato de um senador enredado em negócios escusos com um bicheiro. Já não era sem tempo.
Há muito que os brasileiros se desesperam com a conduta irresponsável dos seus representantes no Legislativo.
Esperemos que esta decisão abra uma nova etapa na conduta do Legislativo federal, sepultando para sempre os tristes episódios do passado.
Cabe agora à justiça completar a tarefa. Tomara que nos enganemos novamente, mas as expectativas também não são nada boas.
Praguejada por disputas internas, a Corte Suprema do país tem frequentado as manchetes dos jornais, não, porém, na seção especializada nas matérias políticas, e sim nas colunas de fofocas.
O triste episódio da suposta tentativa de “suborno” do presidente do tribunal pelo ex-presidente da República é apenas um de vários outros do mesmo gênero.
Aliás, todo o corpo judiciário tem aparecido perante a opinião pública como uma instituição comprometida com os interesses da classe social à qual pertence a maioria dos juízes.
O Ministério Público não fica atrás. Recentemente este jornal denunciou com veemência a atitude de uma juíza que compareceu a um despejo de famílias sem teto que ocuparam um imóvel ocioso numa cidade próxima de São Paulo, não com a finalidade de dar proteção aos despejados contra eventuais violências da polícia, mas para incentivar os policiais a depredar barracos e pressionar pessoas.
Chegou ao cúmulo de mandar abrir processo criminal contra o coordenador da ocupação, sob a alegação de que o mesmo a havia ameaçado – coisa que não poderia ter acontecido porque o referido sujeito não estava no local da ocupação, impedido que fora pela barreira dos policiais.
Denunciou também este jornal o promotor de justiça, funcionário que, por lei, deveria estar presente no despejo, mas que primou pela ausência. A denúncia atingiu também o corregedor do Ministério Público, pois não há notícia de que o mesmo tenha aberto sindicância para averiguar a razão da ausência do promotor.
O julgamento do mensalão oferece uma oportunidade (entre outras) para que a Justiça brasileira recupere o respeito da população – respeito que está sendo perdido a olhos vistos.
