O fim do neodesenvolvi mentismo
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- 12/06/2013
O avanço da crise econômica mundial pôs uma pá de cal nos delírios neodesenvolvimentistas do governo brasileiro. A impossibilidade de continuar surfando na bolha especulativa, gerada pela entrada maciça de recursos externos, obrigou as autoridades econômicas a se adaptar aos novos tempos.
O pesado legado de uma política econômica temerária, cuja essência consistia em ignorar a gravidade da situação internacional e promover uma farra de consumo, financiada pelo endividamento das famílias e do país, deixou a economia brasileira sem margem de manobra para enfrentar as terríveis pressões do grande capital financeiro nacional e internacional em tempos de crise.
A ausência de horizonte para os investimentos produtivos, a elevada vulnerabilidade cambial provocada pela explosão do passivo externo, o altíssimo comprometimento da renda das famílias trabalhadoras com o pagamento de dívidas e o avançado estado do processo de desindustrialização são apenas alguns dos fenômenos mais conspícuos que caracterizam a extraordinária fragilidade da economia brasileira para enfrentar os tempos tempestuosos que se avizinham.
Quando vista em conjunto, a iniciativa do Planalto de privatizar o SUS, a entrega dos portos aos grupos privados, o açodamento na venda do pré-sal e a decisão do Banco Central de voltar a elevar os juros, priorizando o combate à inflação em detrimento do crescimento econômico, refletem uma rendição incondicional às novas exigências do grande capital.
A guinada na política econômica, caracterizada pela nova onda privatista e pela recomposição do rentismo, é apenas o primeiro ato de uma nova ofensiva do capital sobre a economia brasileira.
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