Vitórias do povo em junho
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- 02/07/2013
As enormes marchas de protesto contra a ineficácia dos governos e a propensão deles a explorar o povo em benefício das classes dominantes marcaram o mês de junho. Foi vitória atrás de vitória.
O povo aprendeu que quem não chora não mama e resolveu não mais aceitar passivamente a exploração a que está sendo submetido há tantos anos.
É por isso que os protestos estão pipocando.
Alegra muito constatar que a população venceu diversas batalhas neste mês de junho, mas sua liderança precisa ter presente que a guerra ainda não foi ganha.
A burguesia ainda tem muita força e pode reverter o processo.
Um perigo a ser evitado é o estelionato. A direita é especialista em estelionatos. Por exemplo: a declaração solene de que os recursos do pré-sal serão inteiramente dedicados à educação.
Ora, a exploração do pré-sal está quase toda privatizada, como artigo do professor Otaviano Helene neste Correio demonstra, entre outras reportagens da mídia menos festejada.
Os recursos que o Estado obterá da exploração do ouro negro correspondem a apenas 0,15% do PIB, quando o que se requer para tornar o sistema educacional eficaz é um investimento correspondente a 10% do PIB.
Daí a necessidade de rebater imediatamente toda e qualquer forma de estelionato.
Outro perigo é a falta de uma orientação geral que possibilite uma adequada hierarquização das exigências. Tal falta pode fazer com que as exigências se dispersem e percam força.
As lideranças das organizações que lideram as mobilizações precisam abrir imediatamente o debate sobre a temática mais geral dos protestos, a fim de não perder o rumo e a força em uma variedade muito grande de exigências que atendem a interesses legítimos, porém, de grupos menores e isolados.
Comentários
"Uma das pautas importantíssimas neste momento para avançar é a luta conjunta dos movimentos sociais por uma tv dos movimentos sociais. Este é um instrumento e linguagem para a população que não pode ser negada e fundamental para neutralizar a restauração. Sabemos que a direita ruralista e não ruralista já têm seus canais particulares e ou dito públicos com um grande alcance na população. É hora de lutar por uma tv dos movimentos sociais, que possa compor um canal de comunicação com a maioria da população, já que os três poderes constituídos têm a sua comunicação, mas a sociedade civil não. Se queremos democratizar as comunicações é bom ter uma pauta concreta para começar. E nesta pauta poder ter um canal de tv dos movimentos sociais. Isto é fundamental para avançarmos no país e na democracia. Que seja um instrumento horizontal, para que todos os movimentos sociais possam se expressar."
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