Novo imperialismo e estado de exceção global
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- 22/08/2013
A CIA reconheceu publicamente que espionou pessoas, empresas, instituições públicas, partidos políticos e sindicatos em nosso país. O verbo está no passado, mas não se tem certeza de que não continue espionando, mesmo depois de a espionagem ter sido descoberta.
Na semana passada, o Secretário de Estado norte americano John Kerry esteve, por um dia, no Brasil, aparentemente para dar explicações do fato. Diz-se aparentemente, porque, na realidade, não deu nenhuma explicação e muito menos fez qualquer pedido de desculpas. Limitou-se a dizer que a espionagem era necessária por causa do problema do terrorismo, evidenciando que os Estados Unidos iriam espionar quem bem entendessem e o quanto lhe desse ganas. Uma atitude arrogante, típica de quem não tem a menor consideração pelos outros países e, especialmente, pelos países latino-americanos.
O Ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, a quem competia exigir, com firmeza, uma explicação, manteve-se calado e numa atitude subserviente. Pela gravidade do caso, causa surpresa e apreensão a atitude tímida e subserviente. Ouviu tudo, bem caladinho e sem retrucar. A presidente Dilma também não disse nada. Preocupa-se mais em ser bem recebida por Obama em viagem próxima.
Espionar e conspirar não são novidades na diplomacia dos Estados Unidos. Não nos esqueçamos de que o General Vernon Walters foi a pessoa que, junto com o Embaixador Lincoln Gordon, ajudou os militares a darem o golpe de 1964. Os documentos secretos liberados comprovam, caso a caso, o que todos já sabiam: o Estado norte-americano orquestrou todos os golpes de Estado feitos na América Latina posteriormente.
No entanto, a ação arbitrária do Novo Império é ainda muito mais ampla e mais perniciosa. A caçada a Snowden e a todos que se colocam no caminho dos interesses norte-americanos revela a natureza ultra-agressiva de seu Estado. Na sanha de encontrar novas oportunidades de negócios e reprimir toda e qualquer contestação a sua supremacia militar e econômica, os Estados Unidos nada respeitam.
O mundo encontra-se em estado de exceção. Não há direito internacional. Não há direito civil. Em nome da democracia e dos valores da civilização ocidental, o Império eliminou as cláusulas pétreas do Estado de Direito - a soberania dos Estados nacionais e a inviolabilidade dos direitos do indivíduo.
Comentários
O jeito é lutar pela des-néo-colonização.
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