Intelectuais publicam manifesto em apoio às ocupações do MST e pedem mais assinaturas de apoio
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- 24/08/2011
Intelectuais, professores, pesquisadores,
Considerando as condições atuais que as lutas sociais têm enfrentado (a ameaça agora sofrida pelo novo acampamento do MST em Americana e o descaso do poder público em relação à nova ocupação do MTST em Hortolândia), buscamos a produção de um manifesto de apoio da intelectualidade crítica de esquerda a essas lutas. Alguns intelectuais já assinaram o manifesto e estamos recolhendo novas assinaturas de apoio. Por isso, caso você tenha a intenção de apoiar nossa luta, esteja de acordo com o conteúdo do manifesto abaixo e pretenda assiná-lo, por favor, responda a esse email com seu nome completo, cargo e instituição onde atua:
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Agradecemos desde já o apoio de todos e todas.
Vamos à luta!
Ana Elisa Corrêa,
Setor de comunicação - MST - Regional Campinas.
MANIFESTO
Nós, intelectuais comprometidos com as causas contingentes e historicamente necessárias da classe trabalhadora, manifestamos nossa mais plena solidariedade às atuais mobilizações, oportunamente organizadas em conjunto pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto na região metropolitana de Campinas, Estado de São Paulo.
Em Americana, numa área próxima ao assentamento Milton Santos, do MST, cerca de 600 famílias ocupam terras públicas federais, irregularmente utilizadas pela Usina Esther para o saturadíssimo plantio de cana-de-açúcar. Em Hortolândia, desde o dia 12/8, outras 400 famílias permanecem sob a lona preta ocupando um imenso latifúndio urbano destinado à nefasta especulação imobiliária.
Frente ao fato de que a hegemonia exercida pelas transnacionais voltadas ao agronegócio e à construção civil impõe a mais séria devastação ambiental e a mais absoluta miséria a milhões de famílias trabalhadoras no Brasil e no mundo inteiro, consideramos que a OCUPAÇÃO de terras públicas e de latifúndios urbanos segue sendo um instrumento necessário e legítimo para a luta dos trabalhadores contra a ofensiva do grande capital.
Por isso estaremos atentos às formas pelas quais as autoridades governamentais conduzirão as negociações com os movimentos sociais envolvidos, repudiando, desde já, todo e qualquer tipo de violência física ou moral que eventualmente seja cometido contra essas mobilizações que visam recompor a dignidade da classe insistentemente solapada pelo espectro do desemprego estrutural e todas as formas atuais de trabalho degradantes, seja no campo seja na cidade.
Campinas, 21 de agosto de 2011.
Maria Orlanda Pinassi – UNESP
Ricardo Antunes – IFCH/UNICAMP
Caio Navarro - Unicamp
Paulo Arantes - USP
Michael Lowy - CNRS/Paris
István Meszáros - Univ. Sussex/Inglaterra
Mario Maestri
Lucio Flavio Rodrigues de Almeida - NEILS/PUCSP
Talita Alves de Messias - Graduanda e Bolsista de Iniciação Científica CNPq - UNESC - SC