Correio da Cidadania

Honduras: contingente policial e militar reprime greve de fome

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16 de julho de 2015: vinte e duas pessoas que faziam greve de fome a cem metros da Casa Presidencial de Honduras foram fortemente reprimidas por elementos da Polícia Preventiva, Polícia Militar e membros da Guarda Presidencial do país.

 

Por mais de três semanas a greve de fome foi realizada de forma pacífica, todavia, a resposta do governo de Honduras, que mantém relações com o narcotráfico e práticas de corrupção, foi a de reprimir os manifestantes que exigiam justiça e a implementação da Comissão Internacional contra a Impunidade e a Corrupção em Honduras (CICIH).

 

Entre os grevistas se encontra o defensor de direitos humanos do Centro de Pesquisa e Promoção dos Direitos Humanos (CIPRODEH), Wilfredo Méndez. Também participaram da greve dez pessoas pertencentes do povo originário Tolupan, entre outros cidadãos que viajaram desde o interior do país centro-americano.

 

Cerca de 300 efetivos militares e policiais foram destacados para o local com a finalidade de reprimir as 22 pessoas que faziam a greve de fome, com ordens governamentais de utilizar um tanque da polícia de choque com água misturada a substâncias tóxicas, proibidas internacionalmente por diversas convenções de direitos humanos.

 

Wilfredo Méndez denunciou que foi vítima de tortura pública, junto com os demais grevistas, posto que foi limitada a aproximação deles à Casa Presidencial, uma vez que haviam programado acorrentar-se nos portões da Casa de forma pacífica. “Qualquer morte será responsabilidade do presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández”, denuncia o médico e pastor Rigoberto Ulloa.

 

Também se encontra entre os que estão em greve de fome Ángel Hernández, que foi levado com urgência para o Hospital Universitário, gravemente ferido por elementos da polícia e do exército que fizeram a repressão na capital hondurenha.

 

Diantes destes acontecimentos violentos e autoritários da parte do regime contra pessoas que protestaram pacificamente, na forma de greve de fome, o ativista de direitos humanos Wilfredo Méndez, do CIPRODEH, mencionou poucos dias antes, em um meio de comunicação hondurenho, que se uma pessoa perder a vida na greve de fome a ação mais honrosa que o povo hondurenho deve toma é iniciar uma insurreição. A ditadura que assola esta nação latino-americana está enraizada sobre feitos condenáveis por qualquer ser humano que ama e respeita vida.

 

Por essa razão, venho ao Correio da Cidadania fazer um chamado aos organismos internacionais de direitos humanos, especialmente das Nações Unidas, que são os responsáveis por zelar pela vida. Que se façam presentes, posto que o governo de Honduras está atentando contra a vida do seu próprio povo.

 

A bota militar imperial, através do governo central de Honduras, está reprimido e assassinando a todo e qualquer ser humano que se ponha contra suas politicas ditatoriais e fascistas. Com afinco, o povo hondurenho tem resistido pacificamente, há seis anos, aos mandos e desmandos deste regime ditatorial.

 

Galeria de Imagens - Honduras

 

 

Ronnie Huete Salgado é jornalista e ativista de Direitos Humanos em Honduras. Qualquer atentado ou ameaça contra o autor deste artigo é de responsabilidade daqueles que representam ou governam o Estado de Honduras.

Fotos: Evelin Molina

Traduzido por Raphael Sanz, do Correio da Cidadania

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