Venezuela realiza exercício militar "Escudo Bolivariano"
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- Elaine Tavares
- 19/02/2020
A Venezuela, desde o início do governo bolivariano, em 1998, tem trabalhado de maneira sistemática a questão militar e a segurança nacional. Além de promover outra formação ao corpo das Forças Armadas também investe na constituição de milícias populares, mantendo a população armada e treinada para possíveis ataques. Ao longo dos anos, devido às constantes ameaças de invasão feitas pelos Estados Unidos, esse tem sido um ponto estratégico na defesa do país. A chamada aliança cívico/militar é uma realidade.
Em 2015, quando teve início a guerra econômica, com o roubo dos recursos do país que estavam em bancos estrangeiros e o aumento das provocações do governo dos EUA, impondo sanções comerciais, o treinamento do povo venezuelano cercou-se de mais força, afinal, os ataques vem de fora e de dentro. O trabalho de formação é realizado pelas Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) e até agora já é possível contar com mais de três milhões de combatentes civis, preparados para defender o território.
No último sábado foi desencadeado o exercício militar “Escudo Bolivariano” , quando a FANB e os combatentes civis realizam operações conjuntas, visando instruir os planos de campanha para enfrentar a agressão permanente em todas as suas formas e intensidades. Segundo o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, existem atualmente pelo menos 1.159 agrupamentos populares de defesa integral, preparados para atuar nas ruas e em cada esquina das comunidades.
O exercício feito no final de semana procurou integrar os combatentes civis com os militares profissionais em todas as oito regiões estratégicas de defesa, nas 28 zonas de operações de defesa e nas 99 áreas de defesa integral realizando simulações de ataque. A intenção é manter permanentemente a população em estado de alerta, capacitada para enfrentar qualquer ameaça ao território nacional.
Assim como a Constituição Bolivariana define um quinto poder, o mais importante, que é o Poder Popular, também no campo da defesa a Venezuela deu um passo histórico, integrando um quinto componente nas Forças Armadas que é a Milícia Nacional Bolivariana. O treinamento, além do tradicional exercício de infantaria também se deu no campo tecnológico, afinal, o manejo da guerra hoje caminha cada vez mais por essas vias. “Estamos cada vez mais preparados para nossa independência tecnológica industrial”, assegurou o comandante Remigio Ceballos.
Elaine Tavares é jornalista e colaboradora do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC, de onde o artigo foi retirado.