Correio da Cidadania

Washington abandonou Maria Corina Machado e aceitou Maduro

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Atualmente, o governo se prepara para enfrentar o povo comum. Os EUA abandonaram Maria Corina e decidiram-se por Maduro. Diante da fraude madurista, a postura tem sido muito discreta. Maria Corina só tem a opção de tentar que seu Edmundo seja proclamado, mas não está disposta a convocar a população para protestar, pois quer evitar a intervenção das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB). No entanto, para seus patrocinadores, não faz diferença trabalhar com Maduro ou com ela, com Maduro as coisas vão muito bem.

O ataque massivo

Como o sistema foi hackeado e Maduro venceu? Como foi possível transmitir os dados das atas com o sistema comprometido? Deficiência mental.

Os números não coincidem com o que vimos nos centros de votação, de Catia a Petare (e talvez com as atas, ainda não se sabe). No entanto, mesmo assim, os números oficiais deixam o governo em uma situação muito ruim. Em uma eleição com muito pouca abstenção (31%, mais ou menos), houve uma diferença de 704.114 votos entre os dois candidatos mais fortes (e cerca de 2.393.268 votos perdidos ou não contabilizados), sem contar todos os que não votaram e estão fora do país, 7 milhões de venezuelanos, dos quais metade, certamente, votaria contra Maduro. Maduro perdeu de qualquer maneira, ao se olhar por um ponto de vista mais amplo.

A estratégia final do madurismo está se aproximando, convoca marchas e silencia os meios de comunicação. Mas essa reação espontânea do povo revoltado com a fraude, que inclui pessoas da classe média e até dos bairros mais populares, pode levar a confrontos diretos com os coletivos chavistas armados, os motoqueiros pagos por Maduro e os motoqueiros dos bairros que desconhecem os resultados falsificados do governo, e a provável intervenção das FANB, que pode decretar um toque de recolher e, dependendo da gravidade, anular as eleições e seus resultados, convocando novas eleições para mais adiante. Mas isso parece difícil.

Protestos sem líderes

Agora o madurismo enfrenta o povo comum, não a oposição. Maria Corina quer ser reconhecida como vencedora pela comunidade internacional através da revisão de atas e recontagem de votos, não quer protestos nas ruas para evitar a intervenção das FANB. Acho que ela mesma ficou surpresa com os protestos contra a fraude eleitoral, talvez também pelo alto nível de participação da população em rejeição ao governo, não necessariamente a favor de seus planos e propostas.

A população não é tão estúpida, votou nela porque era inútil votar em outro. É por isso que os protestos ficam desamparados de líderes e de mensagens ou consignas políticas claras. Os protestos e os panelaços têm sido apenas uma "catarse" coletiva. Maria Corina não tem nada a oferecer além de substituir Maduro nas políticas neoliberais e coloniais por ele promovidas; ela apenas reivindica seus “direitos ancestrais” de classe dominante.

O povo eleitor: o grande perdedor

Maduro insiste em oferecer prosperidade capitalista, e agora, mais do que nunca. Até agora, tudo ocorreu conforme o previsto, falta o desfecho final. Possivelmente em paz, com a anuência do governo de Washington e da Exxon, da Rússia e da China. Enquanto isso, o povo ingênuo que saiu para votar contra esse desastre permanece "sentado no baú", desiludido, frustrado, como o grande perdedor dessas eleições.

No entanto, é preciso esperar o desfecho final que nos desiludirá ou surpreenderá ainda mais. O certo é que Maria Corina revelou sua natureza oportunista e Maduro também. O que possa acontecer a partir de agora pareceria mais com um 27 de fevereiro do que com uma conspiração de direita, com os comércios fechados, com a Polícia Nacional Bolivariana nas ruas... Essas crises sempre serão revolucionárias. VIVA CHÁVEZ!

Marcos Luna é desenhista e ativista do movimento Marea Socialista, movimento social e sindical fundado em 2007 e que foi parte do Partido Socialista Unido da Venezuela até 2014.

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