As FARC
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- Gilvan Rocha
- 23/07/2008
Lembramos muito bem quando se iniciou na Colômbia, inspirado no exemplo da revolução cubana, um movimento guerrilheiro de natureza essencialmente nacionalista. Apesar de seu caráter politicamente limitado, dentro do espírito "pátria ou morte venceremos", o movimento guerrilheiro colombiano, como tantos outros, era dotado de altos predicados morais. Os anos se passaram e, através de um processo de degradação, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - FARC - se degeneraram em decorrência de sua íntima proximidade com o narcotráfico e de outras formas de banditismo.
A direita está em festa diante dos seguidos golpes que as FARC vêm sofrendo. Aproveita esses fatos para desautorizar os que defendem o caminho insurrecional como única alternativa para se chegar ao poder, dizendo que essa época já passou. Agora é a hora da institucionalidade, hora do "socialismo constitucional" levado a cabo pela Venezuela, Bolívia, Equador, Chile, Paraguai e (por que não incluir?) o Nepal. Inclusive, o nosso sábio presidente deu uma bela aula a esse respeito dizendo que, hoje, vivemos um momento democrático e quem quiser basta se organizar politicamente e conquistar o poder.
Ora, o nosso metalúrgico - assim como a maioria dos cientistas políticos formados nas mais diversas academias burguesas para servirem, a preço de mercado, a própria burguesia - não entende que a via institucional tem nos levado, no máximo, a governos, nunca ao poder. Por seu turno, eles não explicam como se pula do governo para o poder, isto é, caso eles queiram construir um novo poder a serviço da tão sonhada emancipação da humanidade dos grilhões do capitalismo, o que não parece ser o propósito desses senhores que, pelo visto, preferem tentar conciliar o inconciliável, conciliar explorados e exploradores, o justo e o injusto, a verdade e a mentira.
As distorções na caminhada socialista, que produziram estados policiais e outras barbaridades, serviram e servem de empecilho à propaganda anticapitalista e não merecem ser defendidas, mas sim expurgadas.
Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP
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Comentários
Sinto mais ainda pelos meus amigos assassinados pelo governo brasileiro, sinto pelo elevado número de crianças e jovens brasileiros e colombianos vítimas do plano Colômbia (plano terrorista de estado)e funcionando a todo vapor na cidade do Rio de Janeiro.
Os seqüestros de aviões, seja na colômbia seja em qualquer outro país, são feitos por grupo paramilitares a serviço do governo. Vide o ataque às torres gêmeas orquestrado pelo governo americano e uma dissidência da família do Bin Laden. Na Colômbia há uma prática muito comum de usar a bandeira de um grupo em determinadas ações para incriminá-lo. No governo de Uribe tivemos vários exemplos, inclusive a utilização do logotipo da Telesur venezuelana na veiculação de notícias. Outra impostura foi o resgate da Ingrid Betencourt, atribuído a um plano inteligente das forças armadas colombianas. Lembremos também os assassinatos cruéis de alguns membros das FARC, civis equatorianos e estudantes mexicanos em território equatoriano pelas forças armadas colombo-estadudinenses.
Magno Oliveira
Prof.Dr. Estudos de Linguagem Fac Educação UFF - RJ
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