Correio da Cidadania

Terremoto no Chile expõe a perversidade da lógica do capital

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Sábado, 27 de fevereiro de 2010, 3 horas e 37 minutos da madrugada, litoral central do Chile. Parou de tremer. Depois de quase 3 minutos agachado ao pé da porta com minha mulher, cremos que o pior passou e estamos bem. Passado o susto inicial, começam as réplicas (novos tremores ao longo dos dias seguintes que correspondem ao acomodamento das placas tectônicas), mais ou menos fortes, segundo a regra, menos fortes que o tremor inicial. Era um terremoto cujo epicentro apontou 8,8 pontos na escala Richter. O epicentro, para nossa sorte, foi a cerca de 500 km da casa onde estava. Dormimos ao ar livre, admirando a lua quase cheia se pondo no mar, uma beleza natural que contrastava com a catástrofe em curso e o medo de que um tsunami escalasse a altura da casa em que estávamos, a dois quarteirões do mar encosta acima.

 

Catástrofes naturais podem ser lidas como grandes crises, apenas com a graça que são provocadas por forças alheias à ação direta do homem – ou ao menos assim fomos ensinados a percebê-las no ocidente. Aparte do lado trágico que todos acompanham, pessoalmente ou mediado pela televisão e demais meios de comunicação, levando muita gente a empatizar coletivamente com o sofrimento de seus semelhantes, mais ou menos próximos – depende da distância tanto quanto do conceito de próximo –, as catástrofes têm um importante lado revelador, como qualquer crise.

 

Em situações limítrofes, somos convidados a enfrentar o lado mais transparente das pessoas ao nosso redor, que abarca desde a solidariedade até o vandalismo, da tranqüilidade ao desespero, das formas mais desprendidas de coletividade e organização altruísta para os eventos mais macabros marcados por inaceitável egoísmo. Assim descobrimos facetas encobertas de gente que conhecemos há anos, como colegas de trabalho, amigos, parentes e até mesmo cônjuges. Mas também é a oportunidade de conhecer a reação imediata e desprovida de marketing ou de preparação das grandes corporações e organizações da sociedade, em particular e principalmente o governo de um país.

 

No entanto, na conjuntura atual, na maior parte das sociedades no Ocidente, os serviços e bens fundamentais para a cidadania – moradia, luz, água, alimentação, telecomunicações, saúde, transporte – não estão nas mãos dos governos, e sim subjugados à perversa lógica das concessionárias privadas. Digo ¨perversa¨ porque, ainda que sob uma (suposta) regulação do governo, as tais concessionárias têm por objeto o lucro, não o bem estar social. Em estado de paz, os dilemas e problemas não ficam tão evidentes, mas, quando há crise - por exemplo, uma crise econômica como a recente –, algumas das contradições desta ¨solução¨ contemporânea à gestão dos bens e serviços públicos rapidamente vêm à tona.

 

Mas não estou falando aqui de uma crise econômica ou outra com estas proporções menores. Estou falando de uma catástrofe natural: o segundo maior terremoto da história chilena (ao menos da história da história) teve repercussões até mesmo em cidades tão distantes quanto São Paulo e Buenos Aires. Para efeito de comparação, nos respectivos epicentros, o terremoto recente de 8.8 graus supera de longe a intensidade de tremor do também recente terremoto do Haiti, de ¨apenas¨ 7.0 graus.

 

Do radinho de pilha, já com o sol quente, dois depoimentos marcaram a jornada jornalística após o tremendo movimento sísmico: da presidente em mando e do presidente eleito. Era de se esperar: ambos representam visões de mundo altamente antagônicas, partidos com posições políticas diametralmente opostas. Enquanto Bachelet é símbolo da resistência à ditadura e do projeto socialista chileno, sufocado por Pinochet e sua maldita herança, Piñera é um dos maiores expoentes do seleto grupo conivente com a ditadura e que se aproveitou da liberalização da economia para fazer fortuna – no lugar certo, na hora certa, mas também com os amigos certos e com a disposição política conivente. Para complicar mais ainda a situação, a troca de mando está prevista para 11 de março, apenas 13 dias após a tragédia, o que fazia mais determinante e dramática a coordenação entre ambas as lideranças e respectivas equipes. Daí tanta expectativa.

 

Sem luz, sem água, sem telefonia celular, mas com o radinho de pilha de meu sogro, pudemos ouvir o pronunciamento inicial de ambos, suficiente para forjar a perspectiva do desenrolar das ações e, em particular, da tônica do governo que vem por aí. Piñera dirigiu-se a um encontro com os governantes para colocar sua equipe à disposição dos mesmos, mas, mais que isso, discursou como ¨representante da iniciativa privada¨, afirmando assertivamente que o papel da iniciativa privada na reconstrução do país era fundamental – tônica que nos dias seguintes se repetiu continuamente.

 

Já Bachelet, serena, chegou em seu automóvel pessoal ao palácio La Moneda, sem segurança, sem escolta, definitivamente com o sentido de urgência que a situação demandava. No entanto, em seu discurso, revelou a cara do Estado chileno que os ¨socialistas¨ da centro-esquerda chilena não conseguiram – ou não quiseram – mudar nesses 20 anos de governo: pediu, usando a expressão ¨por favor¨, que as concessionárias se esmerassem em restabelecer os serviços básicos, em particular luz, água e telecomunicações. Pediu... faltou rogar.

 

Aos poucos, foi se revelando que, além disto, também estavam deterioradas vias de acesso, estradas e aeroportos, portos, escolas, hospitais. De favor em favor, a verdade ficou clara: Piñera tinha a mais completa razão quando ressaltava o papel fundamental da iniciativa privada na situação de catástrofe. E mais: ele insistia – e segue insistindo – em usar um fundo de emergência para estado de calamidade nacional que consiste em 2% do orçamento do Estado para cobrir os gastos. Afinal de contas, segundo a lógica da concessão de serviços, o estado é um cliente, portanto, seu papel é pagar, contratar, e não cobrar, quanto menos fazer com as próprias mãos.

 

O quadro final é que o país se denuncia nas entrelinhas refém hecho y derecho de empresas privadas que, mesmo em estado de catástrofe, permanecem firmes com seus discursos marketeiros, sempre defendendo o valor da marca de sua empresa. E o discurso se repete, independente do campo de atuação: energia, água, celular, telefonia fixa, internet, gás, sistema viário, transporte aéreo, marítimo e terrestre, construção civil, até mesmo sistema penitenciário, entoam em uníssono, enquanto o governo pede reiteradamente empenho, como quem estivesse pedindo algo fora de seu direito ou, mais adequado à lógica capitalista, como quem pede esmola.

 

Ao cabo de alguns dias, Bachelet decretou oficialmente estado de catástrofe, só que regional, em duas regiões ao sul do país: VII (Maule) e VIII (Bío Bío, onde há maior concentração de mortos até o momento), de forma que não abre o cofre dos 2% por enquanto. Isso significa, na figura jurídica do decreto, que o governador da região (intendente) tem grande autonomia e que, entre outras coisas, os direitos constitucionais podem ser violados em função do critério que ele determinar em prol de resolver a situação de exceção. Entre estes direitos que podem ser violados estão o de se reunir em grupos, o livre trânsito, a liberdade de expressão, mas está, por outro lado, o direito à propriedade privada, permitindo a apropriação, pelas forças legais coordenadas pelo intendente, de víveres, hospitais e outros imóveis, veículos e qualquer outra propriedade privada com o propósito de melhor servir à população. Resta agora torcer para que estas lideranças tenham melhor critério do que demonstraram na primeira noite em que, somente na cidade de Concepción, prenderam 55 pessoas por ¨desrespeitarem o toque de recolher¨ e mataram a um cidadão. Ainda não se sabe a justificativa, se é que há justificativa para tal ação.

 

A reflexão aqui não serve para o Chile no curto prazo, pois o governante que se assoma já deu o tom em recentes declarações: continuará privatizando o cobre chileno, uma das poucas áreas que ainda tem uma presença relevante do Estado, e obedecerá cabalmente às orientações do FMI e Banco Mundial, além de ser o único presidente latino-americano que não demonstrou entusiasmo com a nova organização dos estados ao sul do Rio Bravo. Pelo contrário, reiterou seu apoio – provavelmente sua subordinação – à OEA, exaltando qualidades fictícias desta organização.

 

Nosso Brasil, por sorte, não está sujeito, a princípio, a terremotos, furacões, maremotos. Nossas desgraças são sobretudo obra do homem, o que não impede que as chuvas, secas e outras intempéries tropicais derivem em catástrofes que podem eventualmente chegar às proporções do duro golpe que o território chileno sofreu no último sábado, inclusive por omissão em precaver-se destas. Quem sabe a desgraça de outros possa servir de lição e alerta para conscientizar a cidadania e o Estado do papel fundamental que têm determinados serviços que não podem, sob hipótese alguma, seguir a lógica do mercado e do lucro, e sim a do bem estar social. É imperativo que o povo, representado pelos governantes eleitos e não por meia dúzia de empresários, recupere as rédeas de seu Estado, inferindo sobre seu destino e seus recursos, em vez de ficar à mercê daqueles que te tratam de cliente e não de cidadão.

 

Marcelo Luis B. Santos, jornalista, reside atualmente no Chile.

 

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Comentários   

0 #11 Terremoto de mentira.Roubo de verdadeJobigander Kantagali 19-03-2010 10:14
Terremoto de mentira.Roubo de verdade


Imagino que todos já deve esta mais que informado sobre o terremoto aqui no Chile e todo sua devastadora conseguençia.
Como testemunha ocular dos acontecimento,onde uma noite tranqüila e corrigueira termino em uma tragédia que os mas despossuído serão os que vão pagar por todo isso.

Estava na rua na hora que tudo começou a tremer um,dois,três,minuto que não acabava nunca, luz apagada,copos e garrafa caindo as pessoas gritando esteria total e coletiva nas ruas escuros iluminada a luz dos pouços caros .
Com uma pequena rádios que andava logo comecei a informe-me da tragédia e ao mesmo tempo tenta informar a todo que esta ao meu arredor e que ainda não tinha ideias do que pasava,nada funcionava,internet,telefone,m ail,televisão,não sei como conseguir sintonizar a Radio ADN.
Já passado uma semana queria fazer algumas reflexão sobre os acontecimento.

1- Esta mais que claro para todos o mundo que o Chile é ums ou se não o país mas sísmico do mundo.No decorre da semana aqui escutei pessoalmente muita gente reclamando da falta de organização do país para enfrentar esse tipo de situação.
Se voltamos a dois anos atraz com a chamanda “Revolução dos pingüins”onde os estudante pararam o país por dias de greve reivindicando melhor educação.Um ponto sempre me chamava a atenção era que não ouvia efetivamente um discursao seria sobre o assunto, para eles o importante era ter uma boa educaçao e em nenhum momento discutir se era pública ou não,os chileno com a imposição do livre mercado hoje não estao nem ai se a educação é publica já se criou um conseno imposto sim,que é melhor pagar que ter uma má educaçao.
Nas escolas pública chilena, que é obrigado a pagar, como nas universidade pública,que não tem nada de pública o ensino é voltado para prepara os jovem a livre competência,é muito comum entre os universitário aqui não saberem muito o quase nada de Educaçao Ambiental ou no caso especifico do Chile organização e primerio auxilio,sabendo que o país de uma hora para a outra pode desaparecer do mapa.
Muito do que esta passando aqui como todo esse caos se um analizar o que é o Chile moderno vai logo perceber que ainda é estrutura de organização social do passado com uma forte herarquia e que muito ai a fora elogia não passa de uma mascara que a cada dia vem se deteriorando, enquanto tiverem o cobre para alimentar política e conforto de uma pequena minora acomodada e claro a paranoia militar.

2-Os trabalhadores são claramente os mais afetado pelo terremoto, perdida de casa, de parentes, do emprego e um violento choque piscologico diante de uma país que fico em grande parte destruído.
O governo chileno que muito chama de esquerda, mas que na pratica é mais de direita que um PMDB,o PSDB,não soube reagir imediatamente para prestar ajudar a vida dos trabalhadores e necessitados etambém não lhes interesso.
Vendo tudo isso no decorre da semana é lamentavael e chocante ver o grau de alienação dos chilenos,quando começaram os saques em supermecardo na região de Concepción a mídia mudou drasticamente o enfoque jornalístico,esqueceram de cobrir os fatos em si mesmo para começar uma campanha de preservação da propriedade privada,o Estado reduzido a 19% de imposto ou seja, basicamente não existe foi claramente presionado , intimidado pelas elites financeira a deixar suas obrigação com a população e manda o exercito a preserva os supermercados,loja e estabelecimento que estava sendo expropiado,e o mais curioso é perceber que ao largo do país todos apoiava essa decisão de manda o exercito para as rua,mesmo o cara de esquerda,o militante de partido ONG , etc....apoiava que o exercito deveria esta nas ruas para combater a “delinqüência”

A propriedade privada aqui assume um papel tão forte no subconciente do trabalhador chileno que a desgraça provocado pelo terremoto ficou em segundo plano. Jornais de circulação nacional como o El Mercúrio,La Tercera, La Segunda, La Ultima Noticia todos que apoiaram a ditadura y hoje são os dono do país não fizeram basicamente nada para apoiar,informar,recoleta,direc ionar e facilitar as estrutura logística para a ajudar chegar mas rápido aos necessitado,ao contrario pedia o exercito nas rua.Até o Marco Uchoa da Rede Globo critico o exagero que a mídia local dava aos saque.


Essa semana algumas medita foram tomada pela Bachelet junto a Piñera para controla o caos entre ela o toque de recolher,o seja justo agora onde as massas mas necessita de ajuda,de esta na rua comunicando-se,claro por falta de meios de comunicação que foram danificado,são brutalmente reprimido a fica dentro de sua casa e isso para preserva a propriedade,”ou seja de esta soterrado espera até amanha cedo para continuar as busca”, especificamente supermercados grandes,Líder,Jumbo,Unimar,e Santa Isabel os quatro que manda na alimentação diária dos chileno.

Em meio a tudo isso dizemos:
1- Educação e sua má relação com o processo produtivo.
2- Estado reduzido a nada por anos de ditadura que eliminou todos e qualquer posibilidade de reação dos trabalhadores de mobilizar-se.
Temos que ter claro que os mesmo empresários da ditadura são os que controlaram os vinte anos de Concertacion e são os mesmo que agora vão ganha entre 15 e 30 bilhoes de dólares para recontruir o país,serão os mesmo juntos com as Forças Armadas que rouba do trabalhador 10% do superavist do cobre sempre alimetando a paranóia nacionalista infantil de um suposto inimigo,Peru,Bolívia e Argentina.

Que fez o partido comunista e socialista chileno?Nada unio a UDI e RN para solidarizar com as vitimas e agora fazem campanha pedindo dinheiro na televisão, que ganha com a audiência e as empresa com Marketing em vez de cobra daqueles que durante séculos deixara a classe trabalhadora na miséria sem reação organizativa.
Em um plano geral tudo isso agrava mas ainda essa situação,onde sindicato esmagado,somente 7% dos chileno são sindicalizado, aqui todo são obrigado a filiar-se a Previsão Social Privada,já que basicamente não existe pública,eu li relatos de hospital danificado negando a socorre vitima por que não tia sua identidade,assim não poderia cobra pelo atendimento.

Situação como essa em um país onde não tem Universidade Pública, Saúde Pública, onde o Estado obriga seus cidadoes a pagar pelo mínimo possível é de espera que a classe trabalhadora revolucionaria por si só sofra e muito as segueleas de esse abandondo que é proposital e imposto pelas eleites mas fascista e reacionária da America Latina.
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0 #10 Dobrem a língua!Raymundo Araujo Filho 09-03-2010 08:19
Meus instintos e ideologia libertária não me fazem morrer de amores por muitos vieses que considero conservadores, inclusive no quesito Plano de Desenvolvimento, de Cuba, assim como de outros países, em posição de confronto com os EUA.

Mas, considero que são países autodeterminados, NENHUM deles com ações Imperialistas em relação a outros Povos, Economias e Recursos Naturais, muito ao contrário, países reonhecidos por generosidade, solidariedade e prestação de auxílio voluntário, como se faz famosa Cuba, por quem tem um mínimo de informação decente, e não permite que seus ouvidos sejam valhacoutos de mentiras, "a serviço".

Por isso, meu apoio político aos processos destes países, mesmo que não seja o espelho do que eu projeto como modelo.
Minha fase de Narciso terminou por volta dos 25 anos, com o amadurecimento.

Querer questionar a "Eficiência" de Cuba, comentando artigo sobre o Terremotono Chile, a meu ver, é de uma estupidez sem limites mensuráveis.

Cuba sofreu recentemente os efeitos ARRASADORES de dois furacões, o Katrina e outro que não lembro no nome, e menos de 10 mortes foram registradas.

Foram muitos danos materiais, e estruturas destruídas (esolas, habitações, estradas, pontes, etc.), sem que nenhuma campanha de solidariedade internacional fosse veiculada pela mídia capitalista que, ao que me parece, nutre com falsidades o (des)conhecimento de muita gente, sobre as coisas. Apenas as articulações paralelas da própria esquerda internacional, com seus limites evidentes.

O governo cubano, tratou preventivamente a catástrofe, evacuando vilas e regiões, pois sabe e faz Profissão de Fé que é o POVO Cubano o maior patrimônio do país.
Nada disso foi anunciado na mídia capitalista.

Cuba enviou uma ajuda médica ao Haiti, de valor inestimável, muito mais eficiente que os 10 mil mariners dos EUA, e ninguém soube disso.

Cuba foi um dos primeiros países a oferecer ajuda ao Chile. Muito tempo atrás ajudou muito a Nicarágua, em trágico terremoto.

Há cubanos prestando trabalho solidário na Bolívia (principamnete área da saúde). E prestam também outros tipos de assessorias, inclusive militar estratégica, por iniciativa dos países, que as SOLICITAM e PAGAM e ninguém tem nada a ver com isso, pois não preparam a invasão de país algum, mas sim de defender os seus do Imperialismo.

Vão ser mal informados assim, na CHINA!
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0 #9 Terremoto no Chile e o CapitalismoJaques Bento 08-03-2010 11:51
Caro Marcelo, achei seu artigo interessante, porém, subjetivo. Capitalismo, empresas, estatais, governos etc são invenções de quem? Pssoas, meu caro. Pessoas. Não existe um complô de máquinas, ideias ou ideais.
Fiquei curioso: vc sugeria termos estatais do tipo que há em Cuba(onde a eficiência não existe)? Ou do tipo das que havia nos países da "cortina de ferro"( que não deu certo e acho que vc sabe porque)? Ou, talvez, daquelas que temos no Brasil?
Banco do Brasil( cabide de empregos, altas pensões, aposentados com 48 anos).
Petrobrás( idem), USP( univerdidade p/ pessoas da classe média e alta, ou seja, elite, que o nosso presidente adora criticar).
Realmente fiquei curioso.
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0 #8 Terremoto no ChileFernando C. Monteiro 04-03-2010 16:09
Marcelo, se os serviços em questão não estivessem privatizados seriam melhores e já estariam restaurados ?

Se o Chile fosse (ainda) uma ditadura, a ordem pública já estaria restabelecida ?

Infelizmente o mundo é feito de contradições: os governos não são bons gestores, são lentos nas respostas e gostam de ser perdulários com o nosso dinheiro.

Segundo a lógica capitalista, quanto mais rápido os serviços forem restabelecidos, mais rápido voltarão a faturar e assim sendo, o pedido das autoridades soou desnecessário ou uma jogada para a platéia.

De qualquer forma, o papel de coordenação sempre deverá ser do ente público que tem o compromisso com todos e não com grupos econômicos e classes sociais.

Não sinto saudades do tempo que uma linha telefônica custava um absurdo e ainda assim presenteava-me com um serviço caro e de baixa qualidade.

Querem ressuscitar a Telebrás - por mim poderiam acabar de enterrá-la.
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0 #7 Bruno Cárdenas 04-03-2010 08:01
Desde Osorno, Chile .Felicitaciones por la calidad del artículo.
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0 #6 livrerenato 04-03-2010 06:21
Segundo uns cientistas, estes tsunamis vai atingir o Brasil. Pois o país possui uma placa tectônica rachada e falhas geológicas.
A respeito do mercado em investir no prejuízo, pois os investimentos vão sair do dinheiro público, e não do bolso dos empresários.
Pois o Estado chileno nacionalizará prejuízos e privatizará lucros. Pois o BIRD e BID, vão aproveitar a situação de
emprestar dinheiro com juros altos.
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0 #5 Maioria das mortes foi por negligênciaRaymundo Araujo Filho 04-03-2010 06:08
Grande parte das mortes (cerca de 600 das quese 800 detectadas até agora) foi por pura negligência governamental e inépcia dos sistemas de alarmes.

Barchelet, em sua primeira declaração pediu "calma" aos chilenos, considerando que "o pior já tinha passado".

Embora 55 países tenham dado alertas de Tsumanis, do outro lado do pacífico (felizmente não confirmado por lá), a marinha chilena eximiu-se desta simples e, segundo eles, exaustivamente treinada tarefa obrigatória.Resultado: Ondas de até 10 metros varreram o litoral chileno, onde morreram cerca de 600 das quase 800 pessoas encontradas sem vida, até agora.

O que importa aos governos, pelo que vejo, não que se salvem pessoas, mas sim que todos morram "em ordem, sem algazarras".

Outro fato que chama atenção é o exércitpo em vez de ocupar os supermercados e depósitos de alimentos e equipamentos de uso pessoal para minorar o sofrimento da população, os distribuindo ordeiramente(roupas, sapatos, etc..), assim dividindo os prejuízos da catástrofe etre os proprietários capitalistas e o Povo, ao contrário, reprime com brutalidade os atos de desespero (chamados de saques) de uma população desnorteada e despossuída de um mínimo para sobreviver.

Prá que direita, com uma!"esquerda" destas?
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0 #4 Márcio Ribeiro 03-03-2010 19:27
Que belo post Marcelo! Você conseguiu em poucas linhas, expressar a lógica capitalista que é LUCRAS ATE NA DESGRAÇA ALHEIA! Que Fernando Privatizique Cardoso leia este artigo, e lembre de tudo que falou quando dava aulas de sociologia.
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0 #3 A reconstruir, luego a recuperar...Nano 03-03-2010 19:20
Eso Marcelo. Primero, todos a trabajar juntos para reconstruir Chile. Y luego para recuperarlo!
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0 #2 terremoto no chile...madrinha 03-03-2010 14:21
Excelente artigo!
Parabéns
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