CorreioCast 09: PL 191, mineração em terras indígenas e capitalismo

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Detalhes: com Nuno Nunes; 14/03/2022

O PL 191, que foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em 2020, com o objetivo de regulamentar a mineração e a geração de energia elétrica em terras indígenas, acabou engavetado com a chegada da pandemia do novo coronavírus.

Naquela ocasião, já se dizia nos círculos do governo, em especial o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que deveriam se aproveitar da situação pandêmica para “passar a boiada” – em seguida vimos uma escalada na desregulamentação ambiental, dificultando a fiscalização ambiental e fundiária, que resultou em recordes de queimadas nos últimos anos em todos os biomas do país.

Com o começo da Guerra da Ucrânia este ano, o abastecimento de insumos para a produção de fertilizantes, especialmente o potássio, ficou ameaçado pelas sanções à Rússia, pois em sua maioria é de procedência russa, o que serviu como o pretexto para mais uma rodada de ‘passagem de boiada’ ambiental pelo presidente e seus asseclas.

Nesse contexto, na última quarta-feira (9), a Câmara aprovou a urgência para votação do PL191, que deve entrar em pauta dentro de um mês, em 14 de abril. O que está em jogo e quais os interesses por trás disso?

Entrevistamos Nuno Nunes - indigenista, bacharel em filosofia, mestre em educação e comunicação pela UFSC e doutorando em planejamento territorial pela UDESC – para compreender o contexto em que se dá esse novo ataque aos povos indígenas e suas terras.