Correio da Cidadania

Deserto da Califórnia: temperaturas recordes

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Death Valley National Park (U.S. National Park Service)


O Death Valley, em português Vale da Morte, é um vale desértico localizado no leste da Califórnia. É considerado o lugar mais quente da Terra e registrou seu mês mais quente de todos os tempos em julho, anunciou o National Park Service (NPS), órgão que administra o local; a temperatura média chegou ali a 42,5°C, superando o recorde anterior de 42,3°C estabelecido em 2018.

Em julho, a média das temperaturas máximas diárias foi 49,9°C, com nove dias em que a temperatura superou 51,7°C; apenas em sete dias as temperaturas não atingiram 48,8°C. A temperatura mais alta foi a registrada em 7 de julho, quando a estação meteorológica de Furnace Creek registrou 54°C.

Segundo disse o superintendente do parque, Mike Reynolds, “acabamos de experimentar o mês mais quente da história no lugar mais quente da Terra. Seis dos 10 verões mais quentes ocorreram nos últimos 10 anos, o que deveria servir como um alerta”.

Afirmou também que “recordes como estes podem se tornar regra à medida que continuamos a ver as temperaturas globais subirem. Os visitantes do parque devem planejar com antecedência e estar preparados para enfrentar temperaturas extremas durante os meses de verão”.

O calor intenso resultou em múltiplos incidentes que colocaram vidas em risco. Em 7 de julho, um motociclista que visitava o parque morreu de exposição ao calor, enquanto outra pessoa foi hospitalizada por “doença grave relacionada ao calor”. Essas pessoas faziam parte de um grupo de seis motociclistas que viajavam pela área do parque chamada Badwater Basin.

Algumas semanas depois, um turista belga sofreu queimaduras de terceiro grau nos pés e foi hospitalizado em Las Vegas após perder as sandálias no parque; nesse caso, acredita-se que a temperatura do solo era maior do que a do ar, que estava em torno de 50,5°C.
Os funcionários do parque estão pedindo aos que viajam para o Vale da Morte que fiquem a uma distância máxima de 10 minutos a pé de um veículo com ar-condicionado, bebam muita água, comam snacks salgados e usem chapéu e protetor solar.

As notícias do parque chegam apenas alguns dias depois de dados do Copernicus Climate Change Service, serviço da União Europeia que fornece informações sobre o clima, revelarem que 22 de julho foi o dia mais quente já registrado na Terra, com a temperatura média atingindo 17,15°C.

Notícias como essas, aliadas à divulgada pelo jornal britânico The Guardian dando conta que cerca de 25% dos membros do Congresso norte-americano são “climate deniers” servem para tornar as preocupações com as mudanças climáticas ainda maiores.

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Vivaldo José Breternitz é doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC-SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – Publicado originalmente em EcoDebate.

 

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