O fascismo de mercado
- Detalhes
- Otto Filgueiras
- 05/12/2014
O confuso cantor Lobão continua participando das manifestações pelo impeachment da presidente Dilma. Mas agora, num episódio com menos de 600 pessoas, ele tratou de se diferenciar daqueles que querem a volta da ditadura militar e ainda conseguiu que os expoentes da extrema-direita fossem retirados do protesto contra o governo federal.
Na verdade, Lobão parece preferir o fascismo do mercado, do Banco Central, igual ao da Rede Globo, dos Marinhos e assim se desnuda a opção de direita do governo Dilma/Lula.
Enquanto isso, um combativo candidato a deputado federal pelo PT lamenta não ter conseguido se eleger, pois teve apenas 64 mil votos.
Ainda assim, obteve quase 10 vezes mais votos do que os minguados sete mil do PCB, na Bahia. Personagem importante do livro da AP, ele diz estar à esquerda no PT, mais apoia o governo social-liberal e se empenhou para reeleger Dilma Rousseff no segundo turno.
Com certeza não deve ter gostado da elevação da taxa de juros Selic pelo governo federal logo depois da eleição e da nomeação de gente da confiança do “mercado” para chefiar a equipe econômica.
Passada a histeria de que Aécio representava a volta ao passado dos governos de FHC (representava mesmo) e assim conseguiu-se apoio para Dilma até de parlamentares do PSOL, o governo federal vai demostrando que serve aos interesses dos banqueiros e do mercado financeiro.
Suas escolhas são de direita e não de esquerda, apesar da direção de movimentos sociais combativos e uma esquerda perdida e oportunista dizerem o contrário.
A crise econômica mundial chegou ao Brasil e se junta à corrupção na Petrobrás, conforme denúncias da mídia comercial, interessada apenas na privatização de vez da estatal.
A mídia comercial, o PSDB, as burguesias tupiniquim e internacional não querem de verdade combater a corrupção, inerente aos sistemas capitalistas, nacional e mundial.
Teremos tempos duros e lutaremos. Mas sem esquerdismo e doutrinarismo. Sabemos que a prática é o único critério da verdade e que o tempo se encarrega das lições.
Ao fim, mais hoje, mais amanhã, as bases se rebelarão. Também se baterão pelo socialismo e pela revolução.
Otto Filgueiras é jornalista e está lançando o livro Revolucionários sem rosto: uma história da Ação Popular.
Comentários
Assine o RSS dos comentários