A hora de Patrus beber água!
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- Roberto Malvezzi
- 08/11/2007
Diante da situação grave que estamos vivendo no semi-árido nesse momento –
Quem está vacilando no seqüenciamento do projeto é o governo federal, particularmente o ministro Patrus Ananias. Ele tem lá suas razões. Pressionado por CPIs, o governo está com medo de todas as contabilidades, particularmente de um investimento vultoso como nesse projeto. Está esperando a prestação de contas.
Nós defendemos também a lisura no uso dos recursos públicos. Vale lembrar que os recursos destinados para construir as 220 mil cisternas já feitas chegaram fielmente ao seu objetivo, não só nas obras, mas também no processo educativo. Esses recursos, distribuídos para aproximadamente 60 Unidades Gestoras, podem apresentar algum problema de contabilidade. Entretanto, nada de essencial que prejudique o âmago do projeto. Portanto, o governo não pode se deixar pegar por pêlos em casca de ovo, ou filtrar mosquitos para engolir camelos. Não se pode prejudicar um projeto que já beneficiou um milhão de pessoas com água potável a troco de picuinhas contábeis. Espera-se que o próprio Tribunal de Contas da União tenha uma visão humanitária do projeto, não o bloqueando por qualquer moeda furada. Que se corrija o que há de se corrigir, mas que avance.
Entretanto, há outra questão mais grave
Sabemos que o governo Lula não fez sequer um único programa estruturante para os mais pobres. O PAC é para o capital. Porém, apoiou até agora a construção das cisternas, que é uma iniciativa da sociedade civil. Não queremos e nem podemos retirar o mérito do governo federal. Entretanto, abandonando esse, não restará absolutamente uma agulha do governo Lula para as populações empobrecidas, a não ser o Bolsa Família, que qualquer presidente cancela com uma canetada, já que não foi transformado em política de Estado. Portanto, é hora de as pessoas de bom senso reagirem e apoiarem as manifestações da ASA em todo o semi-árido em defesa das cisternas.
Dia 13 de Novembro, em Feira de Santana, os que já foram beneficiados – só quem tem uma cisterna sabe o quanto ela vale - começam a manifestar publicamente sua insatisfação contra esse possível corte governamental ao projeto. É a hora de a onça beber água e Patrus também.
Roberto Malvezzi (Gogó) é coordenador da CPT.
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