Correio da Cidadania

VÍDEO: Homenagem aos 50 anos da morte de Frei Tito

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No dia 10 de agosto, movimentos populares e coletivos de juventude realizaram seminário para recordar Frei Tito de Alencar Lima, mártir da ditadura militar que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985. O encontro aconteceu na Escola Nacional Paulo Freire, em São Paulo. Natural de Fortaleza, capital do estado do Ceará, na região Nordeste do Brasil, Frei Tito foi poeta e vocacionado à vida religiosa.

Atuou como dirigente da JEC (Juventude Estudantil Católica) e estudou Filosofia na USP (Universidade de São Paulo), tendo papel destacado na organização do congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em outubro de 1968. A história de Tito resume uma época sombria e condensa a coragem e a dor de inúmeras outras vítimas das ditaduras na América Latina.

A força e a coerência do testemunho de resistência à opressão e de ousadia na ação transformadora da realidade brasileira, marcam a trajetória de Frei Tito e são a base para o perene interesse por sua biografia, especialmente das novas gerações.

Frei Tito tinha 28 anos de idade, estava na França, banido do Brasil, quando “preferiu morrer a perder a vida”, em 8 de agosto de 1974, martirizado por tantas sevícias, choques elétricos, queimaduras e pancadas na cabeça sofridos pela repressão da ditadura entre 1969 e 1970. Seu corpo foi encontrado sob a copa de um álamo, entre céu e terra, em 10 de agosto. Seu silêncio ecoou. E salvou vidas.

O seminário também debateu temas que são permanências da ditadura ainda hoje no Brasil, como a violência das polícias militares, especialmente contra jovens e negros que vivem nas periferias das cidades, e a tutela das Forças Armadas na política nacional. O dia foi encerrado com reflexões inspiradas em escritos de Frei Tito sobre educação popular, conscientização e organização da luta junto com o povo brasileiro, a partir das experiências de trabalho de base dos movimentos populares que construíram e participaram do ato: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central de Movimentos Populares (CMP), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e Movimento Brasil Popular.

Houve também a exibição do documentário “A cabeça pensa onde os pés pisam”, de Evanize Sidow e Américo Freire, que conta a trajetória de Frei Betto como educador popular ao longo dos últimos 50 anos, no Brasil e na América latina e Caribe.

A organização do seminário em memória de Frei Tito mantém um site na internet em que podem ser acessados os escritos de Frei Tito, o manifesto divulgado no ato realizado pelos 50 anos de seu martírio e os registros em vídeo das três mesas de debate que compuseram o seminário: www.freititovive.wordpress.com 

 

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